Diablo IV — Temporada 8: Primeiras Impressões do Retorno de Belial
Comecei a oitava temporada de Diablo IV com um misto de curiosidade e cansaço. Afinal, cada temporada traz uma promessa: algo novo, algo diferente. Mas também traz aquele velho sentimento de recomeço — e esse nem sempre vem com entusiasmo.
Logo nas primeiras horas de jogo, percebi mudanças sutis, mas significativas. Alguns locais estavam diferentes. E aqui já deixo a dúvida: foram realmente modificados para a temporada, ou apenas pareciam diferentes por eu não revisitá-los desde a campanha? As duas opções são válidas — e, sinceramente, ambas são bem-vindas.
Se o jogo está de fato modificando ambientes, isso é sinal de que há vida em Santuário. Se está apenas nos levando a áreas pouco exploradas, também é ótimo: o mapa é grande, e faz sentido que a Blizzard use as temporadas como desculpa para nos empurrar a outros cantos do mundo. Isso mantém o ar de novidade e evita o esgotamento de conteúdo, mesmo que parcialmente.
Passe de Batalha e Relicários: mais simples, menos empolgante?
O passe de batalha foi claramente remodelado. A introdução dos relicários me pareceu uma boa ideia à primeira vista — você pode escolher os itens que quer, o que dá algum grau de agência ao jogador. Mas essa escolha parece limitada. Senti que há menos itens disponíveis no passe do que antes. Pode ser uma impressão inicial, mas não gostei dessa sensação de “encolhimento”.
Agora, é possível usar a moeda do jogo para comprar itens do passe. Isso, por outro lado, é um aceno positivo para os jogadores casuais. O progresso, até o momento, está levemente mais lento, mas ainda preciso de mais horas para avaliar com precisão.
Jornada de Temporada: menos liberdade, mais obrigação
A jornada de temporada também sofreu mudanças — e, infelizmente, não acho que foram para melhor. Agora, para avançar ao próximo capítulo, você é obrigado a completar todos os objetivos do capítulo atual. Isso quebra o ritmo e reduz a liberdade do jogador.
Antes, era possível escolher o que fazer, montar sua rota. Agora, o sistema exige uma sequência engessada. Pior: já no primeiro capítulo, o jogo praticamente te obriga a subir para um nível de dificuldade superior apenas para seguir. E sim, eu sei que você pode começar direto no mundo difícil. Mas não é sobre poder. É sobre ser forçado.
“Diablo IV, assim como Diablo II, força você a escalar a dificuldade não por recompensa, mas por punição. E isso transforma diversão em tarefa.”
Como jogador, eu gostaria de escolher: jogar no normal e ganhar uma recompensa, ou jogar no difícil e ganhar uma melhor. Isso é diferente de simplesmente travar o progresso em quem não quer — ou não pode — escalar ainda.
Um início mais lento (e menos divertido)
Outra coisa: o início da temporada está mais lento. A subida de níveis, a obtenção de itens... tudo leva mais tempo. E, honestamente? Eu não sou fã disso.
A cada nova temporada, a gente zera tudo. E esse início — essa fase de “andar descalço” no mundo — não é exatamente a parte mais divertida. Você ainda tem poucas habilidades, builds ineficazes, e agora... mais lentidão. Pode ser que isso seja reflexo das reclamações dos jogadores mais hardcores, que queriam mais dificuldade. Mas isso, ao meu ver, só piora o ritmo de quem joga por diversão.
Eu já estou no nível 30, e sim, está divertido — mas com um gosto meio morno. Parece que colocaram um freio no jogo por medo da crítica, e não por melhora de design.
Belial: o retorno e o impacto
O grande destaque, claro, é o retorno de Belial, o Senhor da Mentira. A primeira vez que o enfrentei, ele estava absurdamente difícil. Me lembrou a época da versão vanilla de Diablo III, quando Belial era praticamente um boss de raid. Tentei e falhei — e precisei me fortalecer, juntar com outros jogadores e tentar novamente.
Depois de alguns ajustes, a luta se tornou mais “padrão”, mais dentro do esperado. Mas ainda assim, é um ótimo retorno para um dos chefes mais icônicos da franquia. Mesmo sua primeira aparição já trouxe mais tensão do que toda a jornada inicial da temporada.
Novos poderes? Ainda tímidos.
O sistema de poderes sazonais parece promissor, mas até o momento não entregou nada que altere drasticamente a jogabilidade. Eu gosto quando a temporada me dá um poder que “quebra” o jogo. Que muda completamente a forma como eu jogo, pensa builds e explora o mapa.
Aqui, não vi nada disso — pelo menos não nas primeiras horas. O que está, de fato, alterando a forma como jogo são as runas e os itens lendários, que continuam sendo o coração das builds interessantes.
Primeiro Veredito
A Temporada 8 de Diablo IV começa com promessas e acertos visuais. Belial é um ótimo retorno. Os mapas reaproveitados ou modificados ajudam a dar sensação de frescor.
Porém, o ritmo lento, a obrigatoriedade nos capítulos da jornada, e a ausência de uma mecânica realmente divertida ou revolucionária de início tornam esse começo... cansativo. Ainda é Diablo. Ainda há diversão. Mas ela vem depois de ultrapassar o tédio — e isso não é um bom sinal.
“Cada nova temporada deveria soar como um novo mundo. Mas aqui, parece só um velho mundo com roupas novas — e sapatos apertados.”
Seguirei jogando, e este artigo será atualizado conforme avanço na jornada. Mas até aqui, a oitava temporada de Diablo IV está mais para engate lento do que para aceleração empolgante.
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