Gamertag

sábado, 10 de maio de 2025

Diablo IV – Temporada 8: Capítulo 3

Diablo IV – Temporada 8: Capítulo 3 – Quando o jogo começa a fluir

Um avanço na jornada de temporada que finalmente começa a recompensar a dedicação — mesmo que a Blizzard ainda insista em tropeçar nas mesmas pedras.

O Capítulo 3 da oitava temporada de Diablo IV começa com uma sensação familiar — e não exatamente das boas. Ainda carrega alguns dos velhos problemas deixados pelo Capítulo 2: a lentidão da progressão, os travamentos por dificuldade imposta e aquela velha sensação de punição em vez de desafio.

Mas, felizmente, essa impressão não dura muito. Rapidamente o jogo se torna mais fluido e confortável de jogar. A dificuldade Suplício I, que marca o fim deste capítulo, já é acessível e traz um ritmo mais interessante. O capítulo em si pode ser completado quase todo em dificuldades menores, o que dá ao jogador mais espaço para experimentar, testar builds e se preparar com mais tranquilidade.

É aqui, por volta do nível 60, que a temporada ganha corpo. As jornadas de poderes dos chefes entram em cena, os glifos começam a surgir, e já é possível começar a explorar com mais profundidade as possibilidades da build. A troca de build, inclusive, tornou-se necessária — e mesmo que o processo ainda não seja tão amigável dentro do jogo, dessa vez ele veio com menos frustração.

Contudo, persiste um velho incômodo: o jogo ainda força o jogador a entrar em situações que não está pronto para enfrentar. E não estamos falando aqui de desafios justos ou gratificantes — mas de travas que impedem a progressão se você não subir a dificuldade, mesmo que ainda não esteja preparado para isso. Não é escalada voluntária. É obrigação.

"É mais divertido quando você escolhe a dificuldade. Não quando o jogo te obriga a isso."

Por sorte, esse tipo de imposição começa a diminuir neste ponto da temporada. A diversão finalmente supera os percalços. A história se torna mais envolvente, os poderes dos bosses começam a ter peso real, e as missões se tornam menos burocráticas. O jogo parece entrar no seu ritmo ideal — o de um verdadeiro ARPG: fluido, denso e com recompensas emocionantes.

O Capítulo 3, até aqui, foi a parte mais divertida da temporada. E o Capítulo 4 promete ser ainda mais leve, já que se baseia na continuidade do que foi estruturado até agora. Se esse ritmo se mantiver, a jornada de temporada finalmente poderá entregar a experiência que tantos jogadores esperavam desde o lançamento.

Sigo jogando, sigo observando — e sigo trazendo minhas impressões conforme a temporada avança.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Papo na Fogueira – Capítulo 3

Papo na Fogueira – Capítulo 3: Entre o Sagrado e o Cotidiano

Nem toda fogueira precisa de lenha — algumas são feitas de tempo, memórias e gente disposta a escutar.

Chegamos pontualmente. Dessa vez, sem correria, sem desculpas. E pra ser sincero, dessa vez eu estava até um pouco ansioso — no bom sentido. Na verdade, talvez ansioso não seja a palavra. Mas havia em mim um desejo sincero de estar ali. De compartilhar mais uma dessas noites que a gente vai lembrar por muito tempo, mesmo que não saiba disso agora.

Logo nos primeiros minutos, aqueles rituais invisíveis de sempre: os cumprimentos, as piadas internas, o ritmo que a amizade estabelece sem a gente perceber. E, claro, a preparação. Fiz uma nota mental alguns dias antes: dessa vez, venha melhor preparado. E eu vim. Tinha comigo uma garrafinha de água, um copo de cerveja, uns croissants e meio pacote de pão de queijo sobrevivente do final de semana. Nada demais, mas o suficiente pra me fazer companhia se a conversa durasse horas — e eu sabia que ia durar.

É engraçado como, com o tempo, a gente aprende que estar preparado pra uma conversa importante é diferente de estar com argumento na ponta da língua. Estar preparado aqui é mais simples: é ter tempo, ter silêncio ao redor, ter disposição pra ouvir. É quase como se cada um de nós fosse responsável por manter a chama acesa — mesmo que ninguém soubesse ao certo que tipo de lenha a fogueira ia pedir.

Todos estávamos lá: eu, André, e Alexandre. A trindade do caos organizado. E como em todo papo que importa, ninguém tinha um roteiro fixo. Apenas o desejo de partilhar o mundo pelas palavras.

1. O Tempo como Gatilho e Ilusão

Foi a primeira vez que pedi a palavra assim, logo de início. Talvez fosse ansiedade, talvez vontade de devolver algo à fogueira depois da última conversa. Talvez fosse só cansaço mesmo. Agradeci nosso último encontro com sinceridade — falei sobre como os dias seguintes tinham sido estranhamente silenciosos, e ri, junto com eles, ao lembrar da ironia do desencontro da semana passada. Eu me preparei tanto, até deixei comida e água ao lado do notebook. Mas no fim, nenhum de nós conseguiu comparecer. A vida, como sempre, nos puxando pelas mãos para outros compromissos inadiáveis. E isso, claro, virou tema.

Lancei ali, como quem joga lenha molhada esperando faísca: “Hoje eu queria falar sobre o tempo.” E não o tempo poético, não o das estações ou das memórias. Eu queria falar do tempo como ferramenta de controle. Como coleira. Como agenda marcada com obrigações que ninguém pediu. Falei das nossas rotinas, dos nossos horários sagrados de trabalho, de lazer, de sono. Falei da forma como a gente compartimenta a vida em blocos de tempo, fingindo que com isso a gente ganha algum controle. A verdade? Eu nunca me senti tão sem tempo — e, ironicamente, nunca vi tanta gente falando sobre produtividade, otimização e “gestão de horas”.

Eu perguntei se eles também sentiam isso: essa pressão silenciosa de que a gente está sempre atrasado. De que existe algo nos esperando que a gente está negligenciando. E mesmo quando estamos com tempo livre — tempo teoricamente nosso — surge a culpa. A culpa de não estar usando esse tempo “bem”. A culpa de não estar sendo útil. Eu falei da minha sensação recorrente de estar sempre esgotado, mas sem ter feito nada realmente significativo. Como se o tempo tivesse me sugado e cuspido de volta vazio.

E aí trouxe o que me veio à cabeça esses dias: “Será que o tempo não é a maior mentira que nos contaram?” Porque a gente fala sobre ele como se fosse algo concreto, palpável, quase material. Mas o tempo, talvez, seja apenas mais uma invenção para tentarmos domar a vida. Como quem tenta prender o mar com as mãos. Falei que, nos momentos de maior dor, o tempo não existe. E nos momentos de maior prazer, também não. A gente só sente o agora. Só se perde ou se encontra nele.

Lembrei então da frase de Jean-Paul Sartre: “O tempo é um luxo que os homens livres não têm.” Me perguntei em voz alta se somos realmente livres ou se apenas vivemos ocupando o tempo com tarefas para não olhar para o abismo. A fogueira crepitava ali do lado e me ocorreu que talvez ela, sozinha, fosse mais sábia que nós três juntos. Ela apenas queima. Não tem pressa, não atrasa, não antecipa. O fogo vive no agora. E a gente está sempre no depois.

Comentei também de uma ideia antiga que me assombra desde adolescente: a de que o tempo não existe. Que fomos nós, como espécie, que o inventamos. Para organizar colheitas, para agendar guerras, para saber quando acordar e quando morrer. Porque a vida sem tempo seria insuportável. Seria crua demais. Mas também, talvez, seria mais real. Einstein dizia que a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma “ilusão teimosamente persistente”. E essa frase não me larga. Será que estamos todos só tentando manter uma ilusão para não desmoronar?

Finalizei meu devaneio com uma pergunta sincera. “Como é para vocês o conceito de ter tempo?” Porque eu já não sei mais se eu tenho tempo, se sou possuído por ele, ou se só finjo que estou vivendo dentro dele. Talvez seja tudo uma dança mal ensaiada, onde a gente finge dominar o ritmo, mas no fundo só tenta não tropeçar. E ali, naquela noite, naquela roda improvisada, eu queria saber: será que alguém ainda dança por prazer, ou todo mundo só tenta não cair?

2. Alexandre e o Tempo Irrecuperável

Alexandre pediu a palavra do jeito que ele sempre faz: calmo, sem pressa, mas com aquele tom de quem está prestes a pensar em voz alta — e isso, vindo dele, sempre promete alguma coisa boa. Ele coçou a barba, mexeu o corpo na cadeira como quem busca alguma firmeza, e começou com uma frase que soou como um suspiro:

“Faz duas semanas que estou na estrada.”

Disse assim mesmo, sem dramatização. Mas o peso daquelas palavras caiu na fogueira como uma brasa mais viva. A gente ficou em silêncio, e ele continuou, olhando pro nada, talvez pra dentro:

“Duas semanas fora de casa. E só hoje eu percebi isso.”

Começou a contar sobre os últimos dias. O trabalho, as viagens, os hotéis impessoais com cortinas grossas e cheiro de ar-condicionado vencido. Disse que, na correria, mal sabia o nome dos lugares por onde tinha passado. Eram só pontos num mapa, reuniões encaixadas, esperas em aeroportos, cafés rápidos demais para terem gosto. E a ficha caiu ali, naquele momento. Ele disse:

“Eu não tô viajando o mundo. Eu tô escapando da minha vida.”

E ficou aquele silêncio. Um silêncio não desconfortável, mas necessário. Porque todos ali sabíamos, de algum modo, o que ele queria dizer. A estrada, para muitos, é liberdade. Para outros, é exílio. Ele explicou que, no início, viajar era encantador. Uma quebra da rotina, um contato com o novo. Mas agora, era rotina. Era função. Era peso. E cada check-in era mais um “não estou em casa”.

Falou da esposa. Disse que se lembrava da última vez que jantaram juntos, mas não conseguia lembrar do que conversaram. Falou dos filhos, de como a voz deles no telefone soava mais distante a cada ligação. Disse que achava que estava fazendo tudo por eles — mas que agora não tinha tanta certeza. “Será que eles preferiam um presente ou a minha presença?” A frase saiu meio quebrada, como quem pergunta e já sabe a resposta.

Foi aí que ele nos contou que, nos últimos dias, resolveu contabilizar suas horas. Não por controle, mas por curiosidade. Pegou o celular, os aplicativos de rotina, e fez a matemática simples. Chegou a um número assustador: mais de 12 horas do dia eram consumidas com trabalho direto ou indireto — reuniões, deslocamentos, mensagens, planejamento. Dormia 5 horas, no máximo. O resto era trânsito, refeições às pressas e tarefas inevitáveis.

“Sobrava, em média, uma hora e meia por dia.”

Uma hora e meia. Esse era o tempo que ele tinha, por dia, para ser marido, pai, amigo, filho, leitor, homem. Uma hora e meia por dia para viver. O resto? O resto era cumprir papéis. Sustentar o sistema. Ser a peça que gira a engrenagem. E isso, ele disse, foi um choque de realidade.

“A gente sempre diz que não tem tempo. Mas quando você vê no papel, preto no branco, o quanto você de fato não tem, bate um desespero.”

Ficamos todos olhando o fogo, que parecia respirar junto com ele. Alexandre estava diferente. Menos animado, mais denso. Como se, enfim, tivesse parado. Disse que aquela conversa, naquela noite, era o momento mais dele que ele havia tido em semanas. E não era força de expressão. Era verdade. Ele disse que se deu conta de que não estava vivendo com tempo para o importante. Estava vivendo para o urgente. Que suas horas eram devoradas por alertas de celular e compromissos que pareciam grandes, mas que, vistos de longe, eram vazios.

Ele respirou fundo e continuou:

“A gente marca na agenda o horário do Zoom, o vencimento do boleto, a entrega do projeto. Mas não marca tempo pra ouvir uma música inteira. Não marca o dia de levar o filho pra ver o pôr do sol. Não marca ‘abraçar quem a gente ama’. E aí, quando se vê, o tempo passou. E o que sobrou não é memória. É só registro bancário e histórico de reuniões.”

Lembrei-me em meio ao silêncio de uma frase de Sêneca, que dizia: “Não é que temos pouco tempo, é que desperdiçamos muito.” Alexandre sentia, na pele, essa constatação. O tempo está lá. Mas a gente o esfarela. Pedaço por pedaço, em compromissos que nos afastam da nossa própria essência. Ele se perguntava onde foi parar o homem que gostava de escrever, de caminhar, de ouvir música. Disse que há semanas não lia um livro. Que todo tempo que tinha era para lidar com o próximo problema que o trabalho colocava na frente. E que agora, vendo assim, tudo parecia muito... insano.

Falou de saúde. Do quanto vinha dormindo mal. Do quanto a cabeça girava em loop com coisas que talvez nem importassem. Disse que, se parasse para escrever o que realmente era essencial, talvez essa lista coubesse numa folha A5. Mas o resto da vida dele, hoje, estava ocupando um fichário inteiro de urgências inventadas.

Alexandre então nos olhou — e talvez olhasse a si mesmo ali, espelhado em nós — e disse:

“Não sei se tem volta. Mas acho que ainda tem escolha.”

Disse que queria começar a marcar o tempo não mais pelos relógios ou cronogramas. Mas pelas experiências. Pelas conversas à fogueira. Pelas caminhadas com os filhos. Pelas noites que não precisavam ser produtivas. Disse que queria reconquistar a própria vida. Que talvez fosse impossível sair totalmente do sistema, mas que ele poderia pelo menos começar a arrancar algumas raízes dele de dentro de si. “Não é liberdade, talvez, mas é resistência.”

Finalizou com uma frase que soou mais como prece do que como conclusão:

“Eu não quero mais ser um corpo ocupado. Quero ser presença. Quero ser pausa.”

Ficamos em silêncio por alguns segundos. O fogo estalou. Um graveto se partiu. E acho que todos ali sentimos o que é estar diante de alguém que, no meio do caos, encontrou uma fresta de lucidez. Alexandre não estava reclamando. Não estava lamentando. Ele estava, de alguma forma, acordando.

E naquele instante, eu entendi. O que ele nos contou não era sobre perder tempo. Era sobre reconhecer que o tempo, se não for vivido com intenção, é roubado em silêncio. E talvez o primeiro passo para ter tempo — seja lá o que isso signifique — seja admitir que a gente não tem mais nenhum. Porque é só no fim da corda que se aprende a subir.

A fogueira seguiu acesa. E havia mais para dizer. Mas, por ora, era isso.

3. André, a Ansiedade e a Batalha Diária

André não pediu a palavra. Ele tomou. Do jeito dele — direto, intenso, de fala firme e expressão viva. Era como se já estivesse pronto pra esse momento desde a última fogueira. Ele respirou fundo, ajeitou o corpo e disse, quase como um soco manso:

“O problema não é o tempo. É o que ele carrega dentro.”

Fez uma pausa rápida, depois emendou:

“Quem é ansioso não quer tempo. Quer controle.”

E ali ele nos colocou em outro campo da conversa. Um lugar mais íntimo, mais humano, mais cru. Falou que pra ele, o tempo sempre foi uma coisa opressora. Um muro que vinha correndo em sua direção o tempo todo. E que sua maior obsessão não era ter mais horas no dia, mas fazer com que todas elas estivessem sob domínio — planejadas, cronometradas, com começo, meio e fim. Uma tentativa desesperada de impedir o mundo de desmoronar ao seu redor.

“Ansioso precisa ter uma agenda que funcione como colete à prova de mundo”, ele disse. “Mas sempre falha. Sempre escapa alguma coisa. E aí vem a frustração. A raiva. O descontrole.”

Nos contou de um tempo mais difícil. De como tentava controlar tudo — desde os horários de acordar até a ordem dos alimentos no prato. Tudo tinha que fazer sentido. Tudo precisava caber numa lógica que garantisse segurança. Mas a vida, disse ele, não cabe em planilhas. E a tentativa de controlar tudo só ampliava a sensação de impotência. “Porque o mundo é uma entidade rebelde”, brincou. “E eu queria ser ditador do universo.”

Rimos. Mas a verdade era outra. André não falava de forma leve. Ele falava com sinceridade brutal. Contou que suas explosões eram como válvulas de pressão. Que quando o mundo não obedecia ao script, ele explodia. Com raiva. Com tristeza. Com palavras que depois voltavam pra cobrar.

“Eu perdi gente boa por causa disso. Gente que eu amava. Não por maldade, mas por excesso. Por não saber perder o controle sem me perder junto.”

Fez silêncio. Engoliu seco. A fogueira estalava no fundo. A noite, de alguma forma, parecia mais escura naquele trecho. Mas ele seguiu. Disse que há alguns anos, cansado de explodir e de juntar os cacos, resolveu mudar. E encontrou num lugar improvável a sua ferramenta de reconstrução: o corpo.

“Atividade física salvou minha mente. Eu achei que ia fazer bem pro corpo. Mas foi a cabeça que desinchou.”

Falou da primeira corrida, onde quase desmaiou. Do primeiro treino de academia, em que saiu com dor até na alma. Mas também da primeira vez em que percebeu que, ali, naquele espaço, o mundo silenciava. Os pesos, o ritmo, a respiração — tudo isso criava uma estrutura de controle honesta. Não era sobre mandar no mundo. Era sobre mandar em si.

“É o único lugar onde eu consigo fracassar e ainda sair vencedor.”

Disse que ali ele aprendeu a respeitar limites. A entender que progresso é repetição. Que é na constância, não no controle, que mora a força. E que, aos poucos, começou a levar isso pra vida. A entender que nem toda agenda precisa ser cumprida, e que às vezes, a vitória do dia é apenas não explodir. Não gritar. Não abandonar o processo.

Compartilhou conosco uma coisa linda. Disse que hoje ele mede os dias não pelos resultados, mas pela intensidade com que tentou ser melhor. Que tem dias em que falha, e tudo bem. Mas que está aprendendo a aceitar isso sem se punir. “Aprender a perder sem se odiar já é uma vitória imensa pra quem viveu de autocobrança”, disse. E a frase caiu na roda como uma verdade universal.

Citou uma frase de Epicteto que carrega no celular: “Não são as coisas que nos perturbam, mas a visão que temos delas.” E disse que está tentando trocar de lente. Que, sim, o mundo ainda desmorona às vezes. Mas ele já não sente mais a necessidade de tentar sustentar tudo nas costas. Que está aprendendo a deixar cair o que não é dele. A sentar com a dor. A rir do caos.

“Eu ainda erro. Muito. Ainda me saboto. Ainda falo demais. Mas agora eu sei o que estou tentando construir. E isso muda tudo.”

Ouvimos tudo em silêncio, como se cada palavra estivesse sendo tatuada na pele da noite. André nunca fala por falar. Ele fala por viver. E ouvir sobre suas batalhas era como olhar para nossas próprias feridas sob uma nova luz. O tempo, para ele, não é mais o inimigo. É o campo de batalha. É o cronômetro de uma luta íntima. E o prêmio, talvez, não seja vencer — mas resistir mais um round.

A fogueira continuava acesa. E mesmo que o tempo fosse o tema, ali, entre amigos, o tempo parecia ter parado um pouco. Só pra ouvir.

4. Convergências à Fogueira

Dessa vez, algo diferente aconteceu. Não foi uma sequência de turnos, nem um debate de ideias divergentes. Foi uma conversa fluida, viva, que mais parecia uma música com vozes se entrelaçando. Não houve interrupções bruscas, não houve contrapontos espinhosos — houve, sobretudo, escuta. E escuta atenta.

Quando André terminou de falar, Alexandre não esperou a deixa. Não porque estivesse apressado, mas porque a fala de um já puxava naturalmente a do outro. Cada palavra deixada no ar parecia convocar a próxima. Cada relato nos atravessava e era respondido, não com argumentos, mas com vivências. Essa fogueira teve menos faíscas e mais calor. Menos fricção, mais convergência.

Fomos percebendo, aos poucos, que todos estávamos enfrentando o mesmo inimigo com armas diferentes. O tempo. A cobrança. A pressa. A culpa. Estávamos todos cansados — de correr, de errar, de tentar dar conta de tudo, de nos sentir culpados por não conseguir. E estávamos todos buscando, cada um a seu modo, algum tipo de sossego possível.

Falamos sobre como nossos ritmos mudaram. Sobre como a vida nos exige aceleração, mas nossos corpos pedem pausas. E que talvez o maior desafio da vida adulta não seja fazer muito — mas saber a hora de parar. Fomos completando as frases uns dos outros, como se já soubéssemos onde o pensamento ia chegar. E ainda assim, ouvimos até o fim. Porque ouvir também é um ato de amor.

Lembrei de uma frase de Hannah Arendt, que diz: “A vida humana sempre se move entre o nascimento e a morte, e é por isso que ela nunca está concluída.” Essa noite, compreendemos que não é preciso concluir nada. Que talvez a vida seja essa conversa contínua, com pausas, retornos, silêncios e olhares. Que nossos erros são partes do caminho, e não desvios dele. E que estamos todos apenas tentando fazer sentido dentro de um tempo que não dá trégua.

Não havia discordâncias nessa roda. Havia relatos. Ecos. Feridas expostas e acolhidas. Não resolvemos nossas angústias. Mas falamos delas com verdade. E em tempos como esse, isso já é quase uma redenção.

Sentimos que essa fogueira nos reconectou. Que mesmo quando o mundo nos dispersa em rotinas e distâncias, ainda conseguimos encontrar o outro pela palavra. Pela presença. Pelo silêncio compartilhado entre amigos que, apesar dos tropeços, ainda escolhem se sentar juntos pra pensar a vida. E rir dela também, quando for possível.

Ao final, ninguém queria encerrar. Mas sabíamos que a noite também precisa de ponto final. E talvez por isso, o destino nos concedeu um presente. Não estávamos ali por obrigação. Mas porque, por algumas horas, tivemos tempo. Tempo de verdade.

Eis que então...

5. Um Segredo Entre Nós e a Fogueira

A conversa já caminhava para o fim quando Alexandre, num daqueles momentos que só acontecem quando o silêncio é respeitado, lançou uma questão no ar. Não foi com palavras diretas, nem com o tom de quem exige resposta. Foi mais como um pensamento que escapou. E talvez por isso tenha nos atravessado tanto.

Não vou repetir aqui o que foi dito. Algumas coisas pertencem ao tempo e ao espaço onde aconteceram. E essa foi uma delas. Fica entre nós e a fogueira. E talvez só ela tenha merecido por completo ser a única testemunha "viva" daquelas horas que compartilhamos.

O que posso dizer é que aquele momento selou algo entre nós. Não foi um pacto formal, nem uma promessa com data marcada. Mas saímos dali com um tipo de acordo silencioso: o de que, apesar de todas as pressões, perdas e distorções do tempo, ainda podíamos escolher.

Escolher fazer o tempo valer. Escolher parar um pouco. Escolher dizer “não” para a pressa e “sim” para o que importa. E, acima de tudo, escolher estar. Estar de verdade, não pela presença física, mas pela entrega emocional. Pela escuta. Pela palavra partilhada. Pelo silêncio compreendido.

Antes de encerrar, alguém comentou — nem lembro quem — que nem tínhamos percebido o tempo passar. E foi aí que nos demos conta: ironicamente, nossa melhor conversa sobre o tempo foi justamente aquela em que ele deixou de nos importunar.

A fogueira já estava menor, as brasas ainda acesas, como que segurando a última faísca só pra não nos interromper. E assim nos despedimos, não com a urgência de quem tem hora marcada, mas com a leveza de quem, por uma noite, teve tempo de sobra onde mais precisava: dentro de si e entre os outros.

Até a próxima roda. Que a chama nunca falte.



quarta-feira, 7 de maio de 2025

From S1E5 - Silhouettes

 

From – Temporada 1, Episódio 5: Silhouettes


🚨 Aviso: este texto contém spoilers da série From.

O quinto episódio de From, "Silhouettes", mergulha ainda mais na complexidade emocional dos personagens e nas forças misteriosas que cercam a cidade.

Sara: Entre a sanidade e o abismo

Sara, anteriormente vista como uma figura enigmática, revela-se central neste episódio. Influenciada por vozes misteriosas, ela tenta assassinar Ethan, mas acaba matando acidentalmente seu irmão Nathan. Este evento trágico levanta questões sobre a influência das forças sobrenaturais na cidade e a fragilidade da mente humana diante do desconhecido.


Jade: O cético confronta o inexplicável

Jade continua sua jornada de ceticismo, tentando racionalizar os eventos estranhos ao seu redor. Sua interação com Tom no bar, onde discutem o experimento do gato de Schrödinger, destaca a luta interna de Jade para encontrar lógica em um mundo que desafia todas as explicações científicas.

Julie e Fatima: Encontrando luz na escuridão

Enquanto o caos se desenrola, Julie é apresentada por Fatima a um lado mais leve da vida na cidade. A visita ao lago Brundles oferece um momento de alívio e conexão humana, lembrando-nos da importância de encontrar beleza mesmo nas circunstâncias mais sombrias.


Boyd: Buscando orientação em tempos incertos

Boyd enfrenta seus próprios demônios, lidando com tremores que lembram a doença de seu pai. Sua visita ao túmulo da esposa e o pedido por um sinal refletem sua busca por direção e propósito em meio ao caos crescente.

Reflexões finais

"Silhouettes" é um episódio que mergulha profundamente nas emoções humanas, explorando temas de fé, sanidade e a luta constante entre o racional e o sobrenatural. À medida que os personagens enfrentam desafios cada vez maiores, somos lembrados da resiliência do espírito humano e da importância de encontrar esperança mesmo nas situações mais desesperadoras.

 


sábado, 3 de maio de 2025

Diablo IV — Temporada 8: Capítulo 2

Diablo IV — Temporada 8: Impressões Contínuas, Capítulo 2

Continuo minha jornada pela Temporada 8 de Diablo IV, ainda avançando pela história da temporada — e, sinceramente, estou gostando. A escolha de trazer Belial de volta à narrativa foi acertada. Ele é uma figura marcante, e seu retorno traz um ar de importância para uma temporada que, ao menos até agora, não está caindo no vazio do “mais do mesmo”.

A progressão segue em ritmo levemente mais lento, mas nada que torne a experiência frustrante. Estou jogando ainda no modo difícil, antes do nível 60, e por enquanto tudo flui de forma justa. Nenhum grande obstáculo estrutural, nenhuma limitação artificial. Apenas o bom e velho “jogar para evoluir”, como deve ser.

Capítulo 1 — Relicários e o Novo Battle Pass: menos conteúdo, mais escolha

Um dos pontos mais visíveis dessa temporada foi a mudança nos passes de batalha e a introdução dos relicários. A moeda de progressão, que funciona de forma parecida com os níveis do passe, parece estar vindo na mesma velocidade de antes. Isso, por si só, é positivo — não senti que ficou mais lento ou que me pedisse mais grind do que o habitual.

Agora, o grande diferencial foi poder escolher o que desbloquear. Isso muda bastante a sensação de progresso: ao invés de receber coisas em ordem fixa, você tem controle sobre o que pega antes. Parece pouco, mas é uma diferença sutil que agrada. A sensação de que o jogo respeita sua prioridade é sempre bem-vinda.

Mas nem tudo são brasas sagradas em Santuário. Ficou muito claro agora que houve uma redução significativa no conteúdo oferecido pelo mesmo preço para quem compra o Battle Pass. E sim, isso é uma crítica com fundamento.

Comparando com temporadas anteriores, veja o que foi retirado:

  • 500 platinum
  • 1 conjunto de armadura grátis
  • 12 armas
  • 1 portal da cidade
  • 5 troféus de montaria
  • 4 lápides
  • 5 emotes
  • 3 emblemas
  • 3 títulos

E o que você recebe em troca?

  • 1 pet
  • 2 armaduras de montaria

O saldo é visivelmente menor. Mesmo com a nova estrutura de relicário oferecendo mais liberdade, é difícil não sentir que o conteúdo foi diluído. Isso não impede a temporada de ser divertida, mas enfraquece o valor percebido para quem investe dinheiro real. A Blizzard mexeu no modelo — e nem todos os ajustes parecem vantajosos para o jogador.

Jornada de Temporada e a ausência do bônus de XP

A jornada de temporada até agora está interessante. Os objetivos são variados e trazem um bom ritmo, sem cair na mesmice. Dá pra perceber que houve uma tentativa real de manter o jogador engajado por mais tempo com tarefas úteis e progressivas.

Porém, um detalhe incomoda: a ausência da benção de XP. Isso, na minha visão, foi uma decisão infeliz. Em jogos sazonais, onde todo jogador precisa recomeçar do zero, ter esse tipo de estímulo ajuda a tornar o início mais leve. Cortar esse bônus pode deixar o early game mais arrastado do que o necessário — e isso se soma à minha crítica anterior sobre o início da temporada ser menos empolgante que deveria.

Não é um erro grave, mas é uma bola fora. Um detalhe que poderia ser facilmente resolvido e que traria impacto real na sensação de progressão.

Seguimos jogando...

Mesmo com os pontos de atenção, sigo jogando Diablo IV – Temporada 8 com prazer. Ainda há muito a descobrir, o sistema de relicários está funcionando de maneira interessante e Belial continua sendo uma presença que, no mínimo, merece respeito.

Esse é apenas o segundo capítulo das minhas impressões. Continuarei atualizando o blog conforme avanço — tanto na história quanto na progressão da temporada.

— Dário Junior

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Papo na Fogueira – Capítulo 2

Papo na Fogueira – Capítulo 2: A Fogueira Vazia

Essa semana, a fogueira não acendeu para todos. Os encontros às vezes falham. A vida adulta cobra sua taxa, seus atrasos, seus pesos. E dessa vez, não conseguimos nos reunir. Nenhum papo, nenhuma lenha, nenhum trio. Só o silêncio. E ele, mesmo calado, tem muito a dizer.

Às vezes, é o trabalho que nos engole. Às vezes, é o cansaço. Às vezes, é só a vida seguindo seu curso — com um cronograma que a gente não escreveu. E tudo isso é compreensível. Mas essa ausência não me impediu de sentar à fogueira. Mesmo que fosse sozinho.

Capítulo 1: A pausa que encaixou

Chamei essa ausência de pausa da sorte. Porque, curiosamente, no mesmo horário em que estaria ali com meus amigos, um imprevisto no trabalho me tomou completamente. E se a conversa tivesse acontecido, talvez eu sequer pudesse estar presente. Ou pior — estaria fisicamente, mas mentalmente ausente.

Foi então que pensei: quantas vezes a vida se rearranja por nós, mesmo quando não percebemos? Quantas vezes aquilo que chamamos de “coincidência” é só o universo fazendo uma pausa necessária?

“Há momentos em que o que parece falha é, na verdade, sincronia.”

Não me reuni com eles, mas conversei comigo. E essa conversa, forçada pelo imprevisto, se tornou o segundo capítulo do nosso encontro.

Capítulo 2: Coincidência ou providência?

Esse pequeno contratempo me levou de volta ao nosso primeiro papo, quando falamos de fé e ceticismo. Às vezes parece que o mundo é guiado por um tabuleiro invisível — e outras, parece que tudo é só caos. Mas quando as engrenagens se alinham sem planejamento, é difícil não se perguntar: isso foi só acaso?

É curioso como uma falha na agenda vira um espelho. Um tempo sozinho se transforma em contemplação. E, de repente, você se pega pensando na própria fé, na vida, nos compromissos. E em como tudo isso… pode simplesmente não estar nas suas mãos.

“Somos criaturas que constroem templos sobre areia e fazem promessas ao tempo, como se ele nos obedecesse.”

A verdade é que somos passageiros de um trem que não sabemos para onde vai. Às vezes escolhemos a música, o banco, o lanche da parada. Mas a linha, o trilho, o fim da estrada… esses estão longe do nosso controle.

Capítulo 3: Sobre controle, ou a ilusão dele

Pegue o tempo, por exemplo. Foi a gente que inventou isso. Horas, minutos, agendas, datas. Tudo pra dar a falsa impressão de que comandamos alguma coisa. Mas a vida ri da nossa tentativa de controle. Um atraso, um cancelamento, uma doença, uma mudança de planos — e todo o castelo de horários vai ao chão.

Mesmo as pequenas escolhas — como a música que vou escutar, o que vou comer, ou o momento de sentar à fogueira — são frágeis. Podem ser roubadas de nós com a mesma facilidade com que se apaga uma vela ao vento.

“O tempo foi feito para nos organizar, mas é a vida quem nos desorganiza.”

Talvez a beleza esteja justamente aí: na consciência da impermanência. Na aceitação de que não dá pra controlar tudo. E que, às vezes, uma fogueira vazia também aquece.

Últimas brasas da noite

Esse capítulo não teve debate, nem discordâncias. Mas teve pensamento. Teve silêncio. Teve fogo — mesmo que mais baixo. E talvez, em alguma camada sutil do universo, os dados tenham caído do jeito certo.

Semana que vem, se tudo der certo — ou errado de forma perfeita — nos encontramos novamente.

"O tempo é apenas uma ilusão, todos estamos fora de controle — Dário Junior

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Diablo IV — Temporada 8

Diablo IV — Temporada 8: Primeiras Impressões do Retorno de Belial

Comecei a oitava temporada de Diablo IV com um misto de curiosidade e cansaço. Afinal, cada temporada traz uma promessa: algo novo, algo diferente. Mas também traz aquele velho sentimento de recomeço — e esse nem sempre vem com entusiasmo.

Logo nas primeiras horas de jogo, percebi mudanças sutis, mas significativas. Alguns locais estavam diferentes. E aqui já deixo a dúvida: foram realmente modificados para a temporada, ou apenas pareciam diferentes por eu não revisitá-los desde a campanha? As duas opções são válidas — e, sinceramente, ambas são bem-vindas.

Se o jogo está de fato modificando ambientes, isso é sinal de que há vida em Santuário. Se está apenas nos levando a áreas pouco exploradas, também é ótimo: o mapa é grande, e faz sentido que a Blizzard use as temporadas como desculpa para nos empurrar a outros cantos do mundo. Isso mantém o ar de novidade e evita o esgotamento de conteúdo, mesmo que parcialmente.

Passe de Batalha e Relicários: mais simples, menos empolgante?

O passe de batalha foi claramente remodelado. A introdução dos relicários me pareceu uma boa ideia à primeira vista — você pode escolher os itens que quer, o que dá algum grau de agência ao jogador. Mas essa escolha parece limitada. Senti que há menos itens disponíveis no passe do que antes. Pode ser uma impressão inicial, mas não gostei dessa sensação de “encolhimento”.

Agora, é possível usar a moeda do jogo para comprar itens do passe. Isso, por outro lado, é um aceno positivo para os jogadores casuais. O progresso, até o momento, está levemente mais lento, mas ainda preciso de mais horas para avaliar com precisão.

Jornada de Temporada: menos liberdade, mais obrigação

A jornada de temporada também sofreu mudanças — e, infelizmente, não acho que foram para melhor. Agora, para avançar ao próximo capítulo, você é obrigado a completar todos os objetivos do capítulo atual. Isso quebra o ritmo e reduz a liberdade do jogador.

Antes, era possível escolher o que fazer, montar sua rota. Agora, o sistema exige uma sequência engessada. Pior: já no primeiro capítulo, o jogo praticamente te obriga a subir para um nível de dificuldade superior apenas para seguir. E sim, eu sei que você pode começar direto no mundo difícil. Mas não é sobre poder. É sobre ser forçado.

“Diablo IV, assim como Diablo II, força você a escalar a dificuldade não por recompensa, mas por punição. E isso transforma diversão em tarefa.”

Como jogador, eu gostaria de escolher: jogar no normal e ganhar uma recompensa, ou jogar no difícil e ganhar uma melhor. Isso é diferente de simplesmente travar o progresso em quem não quer — ou não pode — escalar ainda.

Um início mais lento (e menos divertido)

Outra coisa: o início da temporada está mais lento. A subida de níveis, a obtenção de itens... tudo leva mais tempo. E, honestamente? Eu não sou fã disso.

A cada nova temporada, a gente zera tudo. E esse início — essa fase de “andar descalço” no mundo — não é exatamente a parte mais divertida. Você ainda tem poucas habilidades, builds ineficazes, e agora... mais lentidão. Pode ser que isso seja reflexo das reclamações dos jogadores mais hardcores, que queriam mais dificuldade. Mas isso, ao meu ver, só piora o ritmo de quem joga por diversão.

Eu já estou no nível 30, e sim, está divertido — mas com um gosto meio morno. Parece que colocaram um freio no jogo por medo da crítica, e não por melhora de design.

Belial: o retorno e o impacto

O grande destaque, claro, é o retorno de Belial, o Senhor da Mentira. A primeira vez que o enfrentei, ele estava absurdamente difícil. Me lembrou a época da versão vanilla de Diablo III, quando Belial era praticamente um boss de raid. Tentei e falhei — e precisei me fortalecer, juntar com outros jogadores e tentar novamente.

Depois de alguns ajustes, a luta se tornou mais “padrão”, mais dentro do esperado. Mas ainda assim, é um ótimo retorno para um dos chefes mais icônicos da franquia. Mesmo sua primeira aparição já trouxe mais tensão do que toda a jornada inicial da temporada.

Novos poderes? Ainda tímidos.

O sistema de poderes sazonais parece promissor, mas até o momento não entregou nada que altere drasticamente a jogabilidade. Eu gosto quando a temporada me dá um poder que “quebra” o jogo. Que muda completamente a forma como eu jogo, pensa builds e explora o mapa.

Aqui, não vi nada disso — pelo menos não nas primeiras horas. O que está, de fato, alterando a forma como jogo são as runas e os itens lendários, que continuam sendo o coração das builds interessantes.

Primeiro Veredito

A Temporada 8 de Diablo IV começa com promessas e acertos visuais. Belial é um ótimo retorno. Os mapas reaproveitados ou modificados ajudam a dar sensação de frescor.

Porém, o ritmo lento, a obrigatoriedade nos capítulos da jornada, e a ausência de uma mecânica realmente divertida ou revolucionária de início tornam esse começo... cansativo. Ainda é Diablo. Ainda há diversão. Mas ela vem depois de ultrapassar o tédio — e isso não é um bom sinal.

“Cada nova temporada deveria soar como um novo mundo. Mas aqui, parece só um velho mundo com roupas novas — e sapatos apertados.”

Seguirei jogando, e este artigo será atualizado conforme avanço na jornada. Mas até aqui, a oitava temporada de Diablo IV está mais para engate lento do que para aceleração empolgante.