Gamertag

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Chip 'n Dale: Rescue Rangers

Tico e Teco – Entre Achievements e Memória

Porque alguns jogos não precisam ser platinados para estarem completos dentro de nós.

Capítulo 1: A Caixa de Lembranças em 8 Bits

O primeiro jogo que resolvi revisitar nessa minha jornada por conquistas retro foi Chip 'n Dale: Rescue Rangers, ou como sempre chamei: Tico e Teco. Um clássico da Capcom lançado para o Nintendinho. Um jogo que me acompanhou na infância, nos anos 90, quando as tardes eram longas e tudo cabia em cartuchos coloridos.

Voltar a ele agora, tantos anos depois, com o RetroAchievements ativado, foi como abrir uma caixa esquecida de cartas. Nada doeu. Tudo fez sentido. O jogo continua absurdamente divertido. A trilha sonora segue vibrante. Os gráficos em 8 bits, mesmo datados, ainda têm um charme que poucos jogos modernos conseguem alcançar. É como uma linguagem visual da qual eu nunca deixei de ser fluente.

“Alguns jogos não envelhecem. Eles apenas mudam o nosso olhar ao reencontrá-los.”
– Reflexão entre fases

Capítulo 2: Capcom + Disney = Memória Impossível de Recriar

É curioso pensar como um jogo com IP da Disney e assinatura da Capcom tenha sumido das vitrines modernas. Na era da Dotemu, onde remakes como Streets of Rage e TMNT ganharam vida nova, fico imaginando como seria um remake do Tico e Teco. Mas isso, sei bem, beira o impossível. A Capcom raramente revisita suas colaborações com a Disney. Se nem Cadillacs and Dinosaurs recebeu esse tratamento, o que dirá esse.

Talvez isso aumente o valor de revisitar esse jogo. Saber que ele não será retocado, que não virá um remake cinematográfico. Ele permanecerá assim, do jeito que eu o conheci. E há uma beleza genuína nisso.

Capítulo 3: A Primeira Conquista de Verdade

Segundo o RetroAchievements, Tico e Teco foi o primeiro jogo que concluí com o status de "beaten". Isso significa: terminei o jogo. Fiz cerca de 35% das conquistas disponíveis, sem nem me preocupar com elas no início. Fui direto. Joguei como sempre joguei. Sem pressão, sem roteiro. Apenas o prazer de jogar algo que sempre fez parte de mim.

Só depois de zerar fui olhar a lista de conquistas. Algumas me pareceram até convidativas. Outras, absurdas. Há conquistas para terminar fases sem levar dano. Sem morrer. Ou pior: carregando o Teco durante a fase inteira. Essa última parece quase um teste psicológico de paciência — e eu definitivamente não fui feito para isso.

“Nem toda conquista precisa ser alcançada. Algumas servem apenas para lembrar que você ainda se diverte sem vencer tudo.”
– Jogador não completista

Capítulo 4: O Valor de Jogar Por Jogar

Eu provavelmente não platinarei Tico e Teco. E tudo bem. Talvez eu volte a ele eventualmente. Talvez tente mais uma ou outra conquista. Talvez não. Porque, nesse jogo, o prazer está em estar lá, não em terminar tudo. É como visitar um lugar antigo e querido: você não precisa tirar foto de cada canto, só precisa se deixar sentir que está de volta.

As conquistas me deram, sim, um senso de progressão. Me fizeram sorrir quando pipocavam na tela. Mas o verdadeiro ganho foi o reencontro. A lembrança viva de quando jogar era simples. De quando tudo que importava era passar da próxima fase, mesmo que fosse a décima vez.

“A memória não se mede em porcentagem de conquistas, mas na intensidade do que se revive.”
– Eu, ao desligar o controle

“Tico e Teco me ensinaram que não é preciso platinar a infância para se lembrar do quanto ela valeu.”

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