Gamertag

domingo, 30 de março de 2025

Romantic Notions of a Girl / Boy


  "Entre o amor que conforta e o amor que machuca, há uma escolha silenciosa que define quem realmente somos." – Desconhecido

Entre Mônica, Andreas e Erik: O Amor nas Escolhas que o Jogo e a Vida nos Impõem

Mais uma vez, Xenoblade Chronicles me surpreendeu.
Não com uma batalha épica ou uma virada de roteiro cinematográfica — mas com uma simples sidequest. Uma daquelas missões que muitos passam batido, mas que, dessa vez, mexeu comigo de um jeito inesperado.

Estou ainda no começo da campanha, revisitando o jogo pela segunda vez, anos depois da minha primeira jornada, em 2011. Mas dessa vez é tudo diferente. Não só o jogo — eu também sou outro.


2011: Um Jogador Apaixonado. 2025: Um Observador Ferido

Em 2011, eu era casado. Pai, marido, trabalhador. Tinha aquela esperança tranquila, quase inocente, de que a vida estava mais ou menos resolvida. Jogar Xenoblade naquela época era mergulhar em uma aventura épica, com um coração que ainda não tinha tantas cicatrizes.

Agora, em 2025, eu carrego bem mais do que experiência em jogos. Carrego memórias, dores, aprendizados. E por isso, uma missão que talvez tenha sido só uma escolha simples no passado, agora me paralisou.


A Missão: "Romantic Notions of a Girl"

A missão acontece na primeira cidade do jogo, mais precisamente na área militar. Você encontra Mônica, uma mulher apaixonada que deseja usar uma “gota do amor” (Tephra Drop) — um item místico que, segundo dizem, faz alguém se apaixonar por quem o oferece.

Ela quer usá-la com Erik, um soldado que, em uma visão premonitória, demonstra frieza e desinteresse. Erik diz que Mônica “até é legal”, mas que se ela se mostrar muito romântica ou carente, ele simplesmente vai largá-la.

A cena me causou desconforto imediato. Vi ali algo que conheço bem: alguém genuinamente entregue, apaixonada por uma pessoa que está apenas jogando com seus sentimentos.

Logo depois, outro personagem entra na história: Andreas. Diferente de Erik, ele parece amar Mônica de verdade. Mas ele também pede a gota — para forçar o amor dela por ele.

A decisão está nas suas mãos:

  • Se você entrega a gota para Mônica, ela usará com Erik. Ela ficará feliz... por um tempo. Mas talvez não seja correspondida, talvez seja descartada.

  • Se você entrega a gota para Andreas, Mônica se casará com ele... mas triste. Porque seu coração não será dele.

"Entre o amor que conforta e o amor que machuca, há uma escolha silenciosa que define quem realmente somos." – Desconhecido

E de repente, o jogo me colocou diante de uma pergunta real:
Qual é a escolha certa — fazer alguém feliz com algo que pode machucá-la mais tarde, ou oferecer a ela uma vida segura, porém sem brilho?


Amor Não Correspondido: Entre Fantasia e Realidade

Essa missão simples toca em um tema que conhecemos bem:
amar alguém que não nos ama de volta.
Ou, talvez ainda mais cruel: ser amado por alguém que não conseguimos amar.

Em muitos momentos da vida, somos Erik, Mônica ou Andreas.
Somos o indiferente, o apaixonado, o rejeitado.
Somos quem implora, quem espera, quem desiste.
E às vezes, somos os três — tudo ao mesmo tempo.

Na juventude, talvez a gente pense que amor é só sobre o sentimento.
Com o tempo, a gente descobre que amor sem respeito é armadilha.
Que insistir em alguém que não nos vê é uma forma silenciosa de autoabandono.
E que forçar alguém a amar, mesmo com as melhores intenções, não é amor — é carência disfarçada.


A Escolha Filosófica: O Que Eu Faço com Essa Missão?

Quando joguei em 2011, talvez eu tenha escolhido sem pensar. Provavelmente entreguei a gota para Mônica. Estava apaixonado na vida real. Não conhecia ainda o lado sombrio de amar alguém que não te escolhe de volta.

Mas agora… agora tudo é diferente.
Essa missão, escondida em uma cidade qualquer, me colocou diante do espelho.

Volto no tempo, em lembranças que ainda doem em silêncio, e me vejo, sim, sendo Erik.

Mulheres se aproximaram com o coração na mão, oferecendo amor, cuidado, presença — e eu, imerso na minha própria dor, não soube como receber.
Estava blindado, fechado, endurecido.
Às vezes por traumas antigos, às vezes por uma raiva muda do mundo, às vezes simplesmente porque não conseguia mais acreditar que alguém pudesse me amar de verdade.
E nesses momentos, eu era frio.
Não por maldade, mas por incapacidade.
Afastei pessoas que talvez tivessem ficado, magoei corações que só queriam me ver bem. E o que mais pesa não é o que me foi negado, mas o que eu fui incapaz de acolher.
Hoje, quando penso nisso, sinto um nó — porque percebo o quanto a minha frieza feriu amores sinceros.
E alguns desses amores… talvez nunca voltem.

Em outros momentos, fui Mônica. 

Amei com tudo. Com corpo, alma, esperança e paciência.
E me dediquei tanto que perdi até a mim mesmo.
Fiz gestos invisíveis, entreguei esforços diários, sacrifícios silenciosos.
Tudo com a ilusão de que aquele amor um dia seria correspondido na mesma intensidade.
Mas não era.
Cada tentativa minha era vista como "óbvia", "esperada", "insuficiente".
Meu melhor era sempre abaixo do mínimo.
Minha presença, dispensável.
Meu amor, um peso.
E doía — como doía — perceber que o que pra mim era um universo inteiro, pro outro era só um detalhe.
A ferida de amar sozinho é uma das mais profundas.
A gente sangra por dentro com um sorriso por fora.
E segue, acreditando que, talvez, amanhã, a pessoa enxergue.
Mas quase nunca enxerga.

E então, tem a pior de todas as versões: quando fui Andreas.

Essa, sim, me dilacera até hoje.
Amar alguém que não está só indiferente a você, mas que está apaixonada por outro — alguém que claramente não se importa.
Eu vi.
Vi declarações públicas, paixões escancaradas, gestos lindos e intensos sendo oferecidos a alguém que mal estava presente.
E cada uma dessas demonstrações — que não eram pra mim — me partia.
Era como assistir alguém dançando na beira do abismo enquanto você estende a mão, implora, mas é ignorado.
É o lugar mais cruel para se estar:

ser o porto seguro que nunca é escolhido.
Ser o amor que ficaria, que cuidaria, que trataria com gentileza…
Mas que nunca será amado de volta.
E o que sobra é um silêncio ensurdecedor.
Uma dor que não grita, mas que ecoa em tudo.
Tem dias em que isso ainda me destrói por dentro.
Tem dias em que parece que eu nunca vou conseguir sair desse papel.
Ser Andreas é ser suficiente demais para ser ignorado — e mesmo assim continuar ali. Esperando. Até que esperar se torne exaustão.


E Se a Gente Parasse de Tentar “Escolher por Amor”?

Talvez o verdadeiro dilema não seja “quem merece a gota”, mas “por que estamos tentando controlar o amor dos outros?”
Talvez o jogo esteja, discretamente, nos dizendo:
não existe escolha certa quando o sentimento é forçado.

O amor só vale quando é recíproco.
Só floresce quando é espontâneo.
Só constrói quando é livre.

E talvez o mais amoroso a se fazer… seja não dar a gota a ninguém.

Infelizmente não existe essa possibilidade na sidequest, seria apenas não completá-la.

"Às vezes, não escolher é o gesto mais amoroso que podemos oferecer." – Desconhecido

sexta-feira, 28 de março de 2025

Tephra Cave - Xenoblade

Tephra Cave — O Túnel Entre a Perda e o Que Vem Depois

Tephra Cave — O Túnel Entre a Perda e o Que Vem Depois

23/03/2025

“Toda caverna tem ecos. Alguns vêm das paredes. Outros, de dentro da gente.”

Entrar em Tephra Cave é cruzar uma linha. Não só no mapa, mas dentro do peito. Deixar Colônia 9 já foi difícil — um pedaço de mim ficou lá, congelado no tempo. Mas a caverna não oferece tempo para luto. Ela te engole em silêncio, em umidade, em labirintos que parecem feitos para você se perder um pouco mais de si mesmo.

É nesse espaço apertado e escuro que o jogo muda de tom. E eu também mudo. Aqui, a dor ainda pulsa com força, e não há mais distrações. Não há sidequests alegres, nem moradores sorridentes. Só rochas. Sombras. E ecos da última risada da Fiora.

Rejogar essa parte me doeu. Porque diferente da Colônia, onde ainda havia beleza, aqui só há o vazio que vem depois da perda. Tephra Cave é o corredor do luto. A transição entre o mundo conhecido e o desconhecido. Entre o “eu achava que sabia quem eu era” e o “preciso seguir em frente mesmo assim”.

Alguns inimigos são fortes demais. E sim, eu morri. Várias vezes. E dessa vez, não foi frustrante. Foi simbólico. Porque perder-se nesse túnel parece natural. Como se o jogo soubesse que você precisa tropeçar aqui. Precisa sentir o peso do caminho. Precisa entender que a jornada nunca será limpa depois da morte.

Há um silêncio nessa parte que não é apenas ambiental — é emocional. A ausência de Fiora é mais sentida em Tephra Cave do que no local de sua perda. Porque aqui já não há mais esperança, só um objetivo: vingança. E a vingança nunca é nobre. É apenas o que sobra quando amar não é mais uma opção.

As paredes da caverna me lembraram pessoas que passaram pela minha vida. Algumas me protegeram. Outras me feriram. Mas todas, de alguma forma, me moldaram. O mesmo acontece com esse trecho do jogo. Ele não tem beleza, nem conforto — mas tem propósito. Ele faz você atravessar a dor para merecer o que vem depois.

Tephra Cave não é só um mapa. É um símbolo. De quando seguimos, mesmo machucados. De quando erramos o caminho, mesmo com o mapa na mão. E de quando, mesmo no escuro, ainda há algo que nos empurra adiante.

Eu avancei. Mas deixei partes de mim naquela escuridão. E talvez, como em tantas fases da vida, seja esse o preço de continuar.

quinta-feira, 27 de março de 2025

Entre Gatilhos e Invisibilidade

Entre Gatilhos e Invisibilidade

Entre Gatilhos e Invisibilidade

Reflexões de quem carrega memórias que já não deveriam pesar.

“Às vezes não é a lembrança que machuca, mas a sensação de ainda não ter sido esquecido.”

Hoje eu me peguei pensando sobre gatilhos. Sobre como algo que já foi bom pode se tornar sufocante. Como uma música que trazia conforto pode se transformar em incômodo. E como, com o tempo, tudo que antes significava tanto... simplesmente se apaga.

Eu costumo seguir em frente. Me desapego. Uma música que me lembrava alguém, depois de um tempo, vira apenas música. Um lugar, apenas cenário. Não que isso aconteça do dia pra noite. Às vezes demora, dói, mas acontece. E eu consigo dizer, com certa tranquilidade, que hoje não há mais nada vinculado a pessoas que já se foram. Nada que me prenda. Nenhuma memória que ainda seja corrente.

O problema — ou a dor — é estar do outro lado disso. É conviver com quem ainda não conseguiu quebrar esses laços. E talvez nem queira.

Já estive com pessoas que carregavam seus passados como se fossem mochilas eternas. Cada gesto meu despertava um reflexo antigo. Uma lembrança que não era minha. Um toque que não tocava no presente, mas em alguém que esteve ali antes de mim. Era como sentar ao lado de alguém e sentir que, de fato, havia mais alguém entre nós. Mesmo que invisível.

E então eu comecei a me apagar. Aos poucos. Tentando evitar palavras, silenciar reações, moldar minha presença para não despertar dores que nem eram minhas. Entrei em pequenas gaiolas, uma por uma. Cada passo medido. Cada riso contido. Cada afeto filtrado por memórias que não eram minhas — mas que me cercavam como fantasmas.

“Nada que eu fizesse era sobre mim. Tudo era sobre o que já havia sido.”

É difícil construir qualquer coisa onde tudo já está ocupado por ruínas antigas. Onde a pessoa ao seu lado está mais presa ao passado do que disposta a viver o presente. E o mais triste é perceber que, por mais que você tente, por mais que se entregue, você nunca será lembrança. Nunca será página. Nem rodapé.

O que fica, no fim, é a sensação de ter sido apenas uma interferência. Um eco breve. Alguém que tentou entrar, mas chegou tarde demais, quando todos os lugares já estavam ocupados.

E essa talvez seja uma das formas mais profundas de solidão: estar ao lado de alguém e, mesmo assim, se sentir como se nunca tivesse realmente existido ali.

Como inserir auto filtro no Calc do LibreOffice?

Como usar Auto Filtro no LibreOffice Calc

Como usar Auto Filtro no LibreOffice Calc

Trabalhar com grandes volumes de dados pode ser caótico se você não tiver boas ferramentas de organização. Uma das mais simples e úteis no LibreOffice Calc é o Auto Filtro.

Ele permite adicionar setas nos títulos das colunas da planilha para que você possa filtrar os dados rapidamente, sem alterar o conteúdo original.

📌 Como aplicar o Auto Filtro:

  1. Abra a sua planilha no LibreOffice Calc.
  2. Certifique-se de que sua primeira linha é o cabeçalho (com os nomes das colunas).
  3. Selecione a linha do cabeçalho ou toda a tabela de dados.
  4. No menu superior, clique em Dados → Filtro → AutoFiltro.
  5. Setas aparecerão nos títulos das colunas — clique nelas para filtrar!

🔍 O que dá para fazer com o filtro:

  • Filtrar por um valor específico (ex: mostrar só quem está com “Status: Ativo”).
  • Ordenar em ordem crescente ou decrescente.
  • Ocultar temporariamente dados que não são relevantes.

💡 Dica extra:

Se você trabalha com relatórios ou tabelas dinâmicas, o Auto Filtro pode ser seu melhor amigo para análises rápidas. Combine com formatação condicional para destacar dados importantes visualmente.


“Organizar é o primeiro passo para enxergar o que realmente importa.”

quarta-feira, 26 de março de 2025

ads.txt

Como criar um arquivo ads.txt no Blogger

Como criar um arquivo ads.txt no Blogger

Rápido, direto e necessário para monetização com AdSense.

“A transparência nos anúncios começa com uma linha de texto bem colocada.”

🧾 O que é o ads.txt?

O ads.txt (Authorized Digital Sellers) é um arquivo criado pelo IAB para ajudar a prevenir fraudes de anúncios digitais. Ele permite que você declare quem está autorizado a vender espaços publicitários em seu site — como o Google AdSense.

🎯 Por que isso é importante?

Sem esse arquivo, o Google pode limitar os anúncios no seu blog ou mostrar alertas na conta do AdSense dizendo que seus ganhos podem estar em risco.

📌 Como criar e configurar o ads.txt no Blogger

1. Acesse seu painel do Blogger

Vá até www.blogger.com e entre com sua conta Google.

2. Vá em Configurações > Monetização

Role a tela até encontrar a seção chamada “ads.txt personalizado”.

3. Ative a opção

Altere de Desativado para Ativado.

4. Adicione o conteúdo do arquivo

Se você usa o Google AdSense, insira essa linha no campo:

google.com, pub-xxxxxxxxxxxxxxxx, DIRECT, f08c47fec0942fa0

Substitua o pub-xxxxxxxxxxxxxxxx pelo seu ID do editor, encontrado na sua conta do AdSense.

5. Salve!

Depois de salvar, o arquivo ficará disponível em:

https://seublog.blogspot.com/ads.txt

✅ Dica extra

Se você usa outras redes de anúncios além do AdSense, cada uma pode fornecer sua própria linha para incluir no arquivo. Basta adicioná-las no mesmo campo, uma por linha.

🔒 Conclusão

O ads.txt é um pequeno arquivo, mas faz uma grande diferença na transparência e segurança da sua monetização. Em menos de 5 minutos, você garante que seus anúncios estejam em conformidade com as boas práticas do mercado.

Criando Links para Partes do Próprio Texto no Writer

Como criar links internos no LibreOffice Writer

Como criar links para partes do próprio texto no LibreOffice Writer

Se você está escrevendo um texto longo no LibreOffice Writer, como um TCC, manual, ebook ou documento técnico, pode ser muito útil criar links internos — que levam o leitor de uma parte do texto diretamente para outra.

Com isso, você facilita a navegação e melhora a organização do conteúdo.

🔗 Como fazer isso:

  1. Primeiro, marque a parte do texto para onde deseja criar o link:
    • Selecione o título ou trecho de destino.
    • No menu, vá em Inserir → Marcador.
    • Dê um nome (ex: capitulo1) e clique em OK.
  2. Agora, crie o link que levará até esse marcador:
    • Selecione o texto que será clicável (por exemplo, “Ir para o Capítulo 1”).
    • Clique com o botão direito e vá em Inserir → Hiperlink.
    • Escolha a opção Documento no menu lateral.
    • Clique no botão de alvo (ícone de pasta com uma seta).
    • Na janela que abrir, selecione o marcador criado (ex: capitulo1).
    • Clique em Aplicar ou OK.

📌 Quando usar?

  • Índices clicáveis
  • Referências cruzadas em documentos técnicos
  • Navegação entre capítulos
  • Documentos interativos para PDF

💡 Dica extra

Se você exportar o documento como PDF, os links internos continuam funcionando — ou seja, você terá um arquivo navegável como se fosse um site.


“A melhor estrutura de texto é aquela que guia sem forçar e leva sem confundir.”

terça-feira, 25 de março de 2025

Colônia 9 - Xenoblade

Colônia 9 — Onde a Inocência Termina em Xenoblade Chronicles

Colônia 9 — Onde a Inocência Termina em Xenoblade Chronicles

25/03/2025

“Existem lugares que só percebemos o quanto eram lar... quando já não existem mais.”

É estranho o que a memória emocional nos faz sentir ao voltar para um jogo. Colônia 9, o início de Xenoblade Chronicles, é um desses lugares onde a nostalgia tem cheiro, peso, e feridas antigas. Revisitar essa cidade agora, em 2025, é muito diferente do que foi em 2011. Naquela época, tudo ainda era novo — inclusive minha vida. Eu era outro. Shulk também.

Voltar é um ato perigoso. Porque agora eu sei. Sei que a Fiora vai morrer. Sei o que vem depois. E é exatamente por isso que eu fiquei tanto tempo lá dentro, antes de seguir adiante. Me prendendo nas sidequests mais simples — entregando itens, caçando insetos, conversando com NPCs que, pela estrutura do jogo, poderiam ser irrelevantes... mas não são. Porque nessa revisita, percebo quantas reflexões estão escondidas nas falas mais banais.

“Será que estamos prontos para sair das muralhas?” diz um deles. E eu, diante da tela, me vi sem resposta. Porque essa muralha não é só da cidade — é da minha própria zona de conforto. Do lugar onde ainda não aconteceu a dor. Da parte da vida onde a perda ainda não mostrou sua face.

Andar por Colônia 9 é andar por um jardim prestes a ser devastado. Um Éden às vésperas da queda. E o mais cruel é saber que não há escolha. A história vai acontecer. A espada vai cortar. Fiora vai morrer.

Mas antes disso... me permito observar. Voltar a conversar com os mesmos personagens. Entrar nas casas que, há tantos anos, eu já havia entrado. E enfrentar os mesmos caminhos com os mesmos erros. Porque, sim, eu morri de novo para os mesmos monstros fortes demais na saída da cidade. Eu ignorei o aviso e fui adiante. É quase poético repetir o erro — como se a minha mente quisesse reviver a frustração, não evitá-la.

Existe algo de cruelmente belo nesse início de Xenoblade. A forma como o jogo te dá liberdade — mas essa liberdade vem antes da tragédia. A cidade está viva. Mas não por muito tempo. E cada vez que a Fiora sorri, é como se o tempo me lembrasse: isso tudo já é passado. Mesmo jogando no presente.

Colônia 9 é, para mim, uma metáfora perfeita de muitos momentos da vida. Aqueles que só percebemos a importância quando estão prestes a desaparecer. O jogo, nessa nova jornada, me mostra que crescer é isso. É revisitar, com outros olhos, as paisagens que já conhecíamos. É entender a dor antes que ela aconteça. E mesmo assim, não poder evitá-la.

Demorei para sair da cidade. Fiquei horas apenas explorando, procrastinando a dor que eu sabia que viria. Talvez seja assim com a vida também. Talvez todos nós fiquemos muito tempo em cidades emocionais que já não nos cabem mais, mas das quais não conseguimos partir sem nos quebrar um pouco.

E Fiora morre. De novo. Mas eu também morro um pouco com ela. Toda vez.

Esse é o peso de revisitar algo que te marcou. E, ainda assim, que privilégio poder sentir tudo isso. Outra vez.

Como formatar um link no LibreOffice Writer?

Como formatar um link no LibreOffice Writer

Como formatar um link no LibreOffice Writer

Inserir e personalizar um link no LibreOffice Writer é simples, mas muitas pessoas não sabem que dá para mudar cor, sublinhado, estilo e até remover o link mantendo o texto.

📌 Inserindo um link

  1. Selecione o texto que você deseja transformar em link.
  2. Clique com o botão direito e escolha Inserir → Hiperlink.
  3. No campo de destino, digite a URL desejada (ex: https://exemplo.com).
  4. Clique em Aplicar ou OK.

🎨 Formatando o link

Por padrão, o Writer aplica um estilo azul sublinhado. Mas você pode mudar isso:

  1. Vá em Estilos → Estilos de Caractere (F11).
  2. Procure o estilo chamado Internet Link ou Visited Internet Link.
  3. Clique com o botão direito sobre o estilo e escolha Modificar.
  4. Na aba Fonte ou Efeitos de Fonte, altere a cor, sublinhado, tipo da fonte, etc.
  5. Confirme e veja os links atualizarem automaticamente com o novo visual.

🧽 Removendo o link (mantendo o texto)

Se quiser manter o texto mas remover o hiperlink:

  • Clique com o botão direito no link.
  • Escolha Remover Hiperlink.

💡 Dica final

Você pode criar estilos personalizados para links internos, e-mail ou navegação entre seções do próprio documento. O Writer reconhece links automaticamente quando você digita uma URL completa, então vale revisar o estilo para manter a estética do seu texto.


“A forma como guiamos o leitor diz tanto quanto o destino do link.”

segunda-feira, 24 de março de 2025

O Peso do Depois: Por Que Algumas Pessoas Só Valorizam Quando Perdem?

"Algumas pessoas só percebem o valor da sua presença quando já se tornaram prisioneiras da sua ausência." – Desconhecido

Novamente, me encontro perdido em pensamentos. Não sei exatamente aonde quero chegar com esse post, mas há uma questão que me incomoda há muito tempo: por que algumas pessoas só dão valor quando já perderam?

Isso acontece em tantas áreas da vida… com amizades, relacionamentos, empregos, oportunidades. Parece que, enquanto algo está presente, muita gente age como se fosse invisível, como se aquilo sempre estivesse garantido, como se o esforço para manter fosse um detalhe irrelevante.

E então, um dia, aquilo desaparece.

E de repente, surge a pressa, o arrependimento, o desespero. O que antes era ignorado, agora é lembrado com urgência.

Mas o que me dói de verdade – o que me trouxe para esse turbilhão de reflexões – não é sobre bens materiais, nem mesmo sobre amizades distantes. É sobre um relacionamento que, por muito tempo, só existiu no espaço vazio da ausência.


Palavras que não sustentam ações

Talvez eu tenha sido ingênuo. Talvez tenha acreditado demais nas palavras que tentavam preencher os vazios das ações.

Havia sinais. Vários, incontáveis, repetitivos sinais.
E, mesmo assim, eu continuei.

Porque, no fundo, eu sempre imaginei que tudo pudesse ser consertado, que se eu tentasse o suficiente, haveria um espaço real para mim ao lado daquela pessoa. Mas sempre havia algo mais urgente.

Sempre havia uma crise.
Sempre havia um problema maior.
Sempre havia um "depois".

E o depois… ficava para depois.


O Afastamento que Acontece em Silêncio

O mais curioso é que ninguém percebe quando o afastamento começa.

No início, é só um adiamento. Só um "vamos conversar depois". Só um "desculpa, essa semana está corrida". Só um "você entende, né?".

E eu entendia. Sempre entendi.

Mas cada "depois" acumulado vai criando distância.
E, quando percebi, eu já estava muito longe.

Longe da relação.
Longe da conexão.
Longe até da vontade de tentar.

O que restou foi um relacionamento que eu mal conseguia reconhecer. E então, eu fui embora.


O Peso da Perda e o Surto da Presença

O mais irônico? É que só quando eu fui embora, eu finalmente me tornei prioridade.

De repente, houve tempo.
De repente, houve espaço para conversas.
De repente, houve a urgência que antes nunca existiu.

Mas não era amor.

Era remorso.

Porque algumas pessoas não querem perder. Mas isso não significa que realmente queiram ter.

E talvez seja isso que mais machuca. O vazio da ausência só é percebido quando já não há mais ninguém para preenchê-lo.


Por Que Só Damos Valor Quando Perdemos?

Talvez seja um erro humano. Talvez seja o medo da perda falando mais alto do que o desejo genuíno de manter.

Mas há um padrão. O remorso grita mais alto do que o amor.

Muitas pessoas só se tornam presentes quando já não há mais ninguém esperando por elas.
Muitas pessoas só tentam consertar o que quebrou quando os pedaços já se dispersaram.
Muitas pessoas só valorizam quando é tarde demais.

E essa é uma das verdades mais difíceis de aceitar.

Porque o tempo que não foi investido antes, não pode ser recuperado depois.

"O arrependimento sempre chega tarde, porque nunca foi prioridade enquanto ainda havia tempo." – Desconhecido


 

Como escrever sem limitador de página no LibreOffice Writer

Como escrever sem limitador de página no LibreOffice Writer

Como escrever sem limitador de página no LibreOffice Writer

Se você usa o LibreOffice Writer para escrever textos longos, como rascunhos de livros, roteiros ou até mesmo posts para blog, talvez já tenha se incomodado com os limites de página. Aquela quebra visual constante pode atrapalhar o fluxo criativo.

Felizmente, há uma maneira simples de remover esse limitador e escrever em um único espaço contínuo, como em um editor de texto puro.

✨ Como fazer isso:

  1. Abra o documento no LibreOffice Writer.
  2. No menu superior, clique em Exibir (ou View).
  3. Desmarque a opção Limites de Página (ou Page Breaks).
  4. Pronto! O documento agora será exibido sem a divisão de páginas visível.

💡 Dica extra:

Se você quiser uma visualização ainda mais fluida, vá em Formatar → Página → Página e altere o tamanho do papel para algo personalizado, com margens reduzidas. Isso deixa a tela mais “livre”.

🧠 Por que usar essa opção?

Remover o limitador de página ajuda a manter o foco no conteúdo, especialmente se a divisão de páginas não for relevante para o que está escrevendo. É ideal para quem quer se concentrar nas ideias, não na formatação.


“Escrever sem páginas é como sonhar sem fim — você só precisa deixar as palavras fluírem.”

domingo, 23 de março de 2025

Quando o Cansaço Vem de Dentro: Sobre Dias em que Não Conseguimos


 

"Alguns dias não foram feitos para vencer. Foram feitos apenas para sobreviver — e isso já é o bastante." – Desconhecido

Hoje o desânimo venceu.

Não foi preguiça. Não foi falta de organização. Não foi descuido.
Foi simplesmente… demais.

Eu acordei com aquela lista invisível de tarefas rondando a cabeça: as coisas que “eu deveria fazer”, os compromissos que eu devia cumprir, os espaços que precisavam ser organizados, as mensagens que mereciam resposta, os planos que estavam atrasados.

Mas nada andou.

O corpo estava cansado. A mente, desconectada. A alma, esgotada.

E não é fácil aceitar isso. Porque a gente foi ensinado a lutar contra o cansaço, a vencer o desânimo, a “só fazer”, como se fosse simples apertar um botão interno e seguir em frente. Mas há dias em que nem levantar da cama parece possível.


A Sobreposição da Tristeza e da Carga Invisível

O mais difícil é perceber que não é só físico. Não é apenas o corpo pedindo descanso — é o emocional que está saturado.

É como carregar uma mochila cheia de coisas que você não escolheu colocar lá.
E todo dia alguém te diz: “Só mais um pouco”.
“Você consegue.”
“Vai passar.”

E você acredita. Porque sim, uma parte de você ainda quer acreditar.
Mas tem dias em que a pergunta aparece, silenciosa e insistente:
"Quando é que isso tudo vai acabar?"


O Cansaço Que Não Dorme

É um tipo de cansaço que não passa com uma boa noite de sono.
É aquele que te impede de fazer até o mínimo — como dobrar uma roupa, lavar um prato, responder uma mensagem simples.
É um cansaço que vem de dentro, como se algo em você estivesse dizendo:
“Hoje não dá.”

E você se culpa. Porque o mundo lá fora não para.
As cobranças continuam.
As expectativas também.

Mas talvez o que a gente precise lembrar — especialmente nesses dias — é que descanso também é necessidade, não fraqueza.


Sobre Não Ser Sempre Forte

É muito fácil falar sobre produtividade, organização e foco quando estamos bem. Mas ninguém ensina a gente como viver os dias em que só conseguimos existir.

Você não é menos valioso porque hoje não produziu.
Você não é menos digno porque não deu conta.
Você não é fraco porque sentou no sofá e chorou.

Você está cansado. E está tudo bem.


Vai Acabar? Vai. Mas Não Hoje — E Tudo Bem Também

Talvez não acabe hoje.
Talvez o cansaço ainda esteja aqui amanhã.
Mas o que importa é saber que isso não é tudo que você é.

Você já superou coisas que achou que não teria força para enfrentar.
Já sorriu depois de dias em que achou que não sorriria mais.
E mesmo sem saber como, você está aqui.

E isso já é uma forma de vencer.

"O descanso não é o contrário da vitória. Às vezes, é exatamente o que a mantém possível." – Desconhecido


 

sábado, 22 de março de 2025

Refúgios Fantásticos: Quando a Imaginação Se Torna Morada

"Quando a realidade pesa, que seja a imaginação o lugar onde a alma repousa." – Desconhecido

Acordei neste sábado com uma tristeza profunda. Daquelas que não têm uma origem clara, mas que se espalham feito névoa pela mente e pelo corpo. A semana foi difícil, carregada, cansativa. E o que me sustentou ao longo desses dias não foram cafés fortes, nem metas cumpridas — foi a possibilidade de habitar outros universos.

Me vi mergulhado em mundos alternativos: em histórias, jogos, jornadas. E isso me levou a uma pergunta que me pegou desprevenido: será que essa paixão por universos imersivos é apenas um gosto pessoal ou é uma fuga disfarçada da realidade?


Fronteiras entre Encantamento e Fuga

Desde muito jovem, jogos com histórias bem escritas, mundos construídos com riqueza de detalhes e personagens profundos sempre me fascinaram. Sempre achei que fosse simplesmente meu estilo, meu gosto particular. Mas hoje, com a mente mais silenciosa e o coração mais exposto, começo a me perguntar:
Será que eu me apaixonei por esses mundos porque a realidade sempre me pareceu difícil demais de suportar?

Porque, convenhamos, o mundo real pode ser frio, opressor, solitário.

Pessoas decepcionam, relações se esvaziam, a rotina se transforma num ciclo mecânico e injusto. Somos ignorados, subestimados, desvalorizados. Em momentos assim, não é difícil entender por que um universo onde somos heróis, líderes, centrais para a narrativa se torna tão atraente.

No mundo real, muitas vezes somos invisíveis.
No mundo imaginário, somos imprescindíveis.


Na Fantasia, Somos Tudo Aquilo que o Mundo Real nos Nega Ser

Nos jogos e nos livros, empunhamos espadas que lutam contra o mal, usamos armaduras reluzentes, salvamos cidades, planetas, pessoas — até nós mesmos.

Temos falas impactantes, amizades leais, poderes grandiosos. Somos celebrados.
E há beleza nisso. Há consolo nisso.

É curioso pensar que existem cidades fictícias pelas quais consigo me orientar com precisão, saber onde fica cada viela, cada loja, cada esconderijo. Em contrapartida, a cidade onde nasci — aquela real, que me moldou — hoje me parece quase estrangeira.

Se eu caísse ali agora, talvez reconhecesse alguns lugares. Talvez até encontrasse o caminho até minha antiga rua.
Mas muitos pontos se apagaram da memória.
Enquanto isso, há ruas em Hyrule, Rabanastre, Midgar, Novigrad ou Hollow Bastion que percorro com os olhos fechados.

A geografia da fantasia parece ter se tornado mais real para mim do que os caminhos da minha própria vida.


Quando a Imaginação Vira Lar

Essa reflexão talvez só esteja me cutucando com tanta força porque hoje é sábado.
Porque acordei triste, nostálgico.

E, como todo sentimento que insiste em ficar, ele se transforma em perguntas:
Será que fui mais feliz em universos fictícios do que em muitos lugares reais?
Será que a fantasia foi mais lar do que os espaços concretos da minha vida?

A resposta, talvez, não importe tanto.

Talvez o que realmente importe seja aceitar que, sim, os mundos que habitamos — reais ou imaginários — deixam marcas igualmente verdadeiras.

Se houve consolo, acolhimento e alegria dentro de um jogo ou livro, isso foi vivido. Isso foi sentido. E isso é legítimo.


A Realidade Ainda Existe — Mas Não Precisa Ser o Único Lugar Onde Vivemos

Há dias em que fugir para um universo fantástico não é fraqueza — é sobrevivência.
É a forma mais delicada e silenciosa que encontramos para continuar existindo num mundo que, às vezes, parece querer nos esmagar.

E talvez o segredo esteja em não nos culparmos por isso.
Talvez a chave seja entender que podemos amar os dois mundos.

Podemos caminhar entre o concreto e o imaginado.
Podemos carregar espadas brilhantes em silêncio, enquanto enfrentamos monstros reais do lado de fora.
Podemos decorar mapas de reinos encantados enquanto ainda procuramos nos situar dentro de nós mesmos.

"Os mundos que criamos para fugir da dor às vezes se tornam os únicos lugares onde conseguimos respirar." – Desconhecido

 

sexta-feira, 21 de março de 2025

Os Caminhos que Repetimos: Reflexões em Xenoblade e na Vida

a screenshot of a video game shows a giant robot flying through the air

"Os mesmos caminhos levam aos mesmos destinos. Se quer algo novo, mude a rota." – Desconhecido

Voltar a jogar Xenoblade Chronicles: Definitive Edition tem sido uma experiência curiosa, quase como revisitar um velho diário. É engraçado como algumas sensações ficam gravadas no nosso inconsciente, apenas esperando a oportunidade de emergir novamente.

Agora, estou um pouco mais longe do início da jornada, chegando à segunda cidade, com dois personagens na equipe – que, futuramente, se tornará bem maior. E algo muito peculiar está acontecendo: as dificuldades que estou enfrentando são quase idênticas às que tive na minha primeira vez jogando.

Não falo de desafios intransponíveis. Como todo bom RPG de mundo aberto, Xenoblade tem inimigos de níveis variados espalhados pelo mapa, algumas áreas mais perigosas do que outras. Chegar em locais antes do momento certo e ser massacrado por inimigos de nível muito superior é quase uma regra do gênero.

Mas, nesse meu segundo contato com o jogo, o que me intriga não é o desafio em si – e sim a forma como estou repetindo exatamente os mesmos erros da primeira vez.


Erro ou Padrão?

Isso me fez questionar:
Será que isso acontece com todo mundo?

Talvez o jogo tenha sido desenhado propositalmente para te levar ao erro. Um design inteligente que prende o jogador em uma parte do mapa, forçando-o a explorar, se fortalecer, aprender antes de seguir em frente.

Ou talvez seja algo exclusivamente meu.

Será que, mesmo tantos anos depois – de 2011 para 2025meu inconsciente ainda me leva pelas mesmas rotas, me fazendo cometer os mesmos erros, baseado nos mesmos impulsos?

E se isso acontece no jogo… será que não acontece também na vida?


Os Caminhos Que Insistimos em Percorrer

Quantas vezes corremos direto para um desafio para o qual não estamos preparados?
Quantas vezes entramos em situações para as quais deveríamos ter nos fortalecido antes?
Quantas vezes voltamos a um erro antigo, acreditando que dessa vez será diferente?

Nos jogos, a lógica é clara: se um inimigo é forte demais, o caminho óbvio é recuar, se preparar melhor e voltar mais tarde. Mas na vida real, quantas vezes ignoramos essa estratégia?

Nos forçamos a seguir em frente mesmo quando não estamos prontos.
Nos jogamos de cabeça sem experiência, sem recursos, sem aprendizado suficiente.
E, inevitavelmente, pagamos o preço.

Será que, assim como em Xenoblade, estamos insistindo nas mesmas falhas, sem perceber?


A Filosofia das Segundas Impressões

Dessa vez, ao invés de me frustrar com meus erros no jogo, estou olhando para eles de forma mais filosófica. Não sinto a mesma raiva de antes ao morrer repetidas vezes para um inimigo muito forte.

Talvez porque a versão de mim que está jogando agora é diferente daquela que jogou em 2011.

Hoje, aceito os erros com mais tranquilidade. Compreendo que nem todo caminho deve ser seguido imediatamente. Que voltar pode ser mais inteligente do que avançar despreparado. Que desistir momentaneamente de uma batalha não significa derrota – mas sim estratégia.

E na vida?

Talvez, ao invés de insistir em caminhos que já se mostraram problemáticos no passado, devêssemos aprender com nossas segundas impressões.

Às vezes, o tempo nos ensina que o erro não foi o desafio em si – mas a pressa em enfrentá-lo.


Nem Todo Percurso Precisa Ser Feito Agora

Essa experiência em Xenoblade me fez perceber algo valioso: existem momentos em que recuar é necessário.

Nem toda oportunidade deve ser agarrada no instante em que aparece.
Nem toda batalha deve ser travada no primeiro embate.
Nem todo caminho precisa ser percorrido na primeira chance.

Às vezes, esperar é a melhor jogada que podemos fazer.

 "Nem sempre avançar significa progresso. Às vezes, é preciso recuar para se fortalecer antes de seguir adiante." – Desconhecido

quinta-feira, 20 de março de 2025

Primeiras Impressões, Segundas Chances e o Peso das Memórias

 "O tempo não muda o que as coisas são. Ele muda apenas o jeito como as enxergamos." – Desconhecido

No devaneio de hoje, me peguei pensando em como construímos vínculos de memória.

Uma música que nos transporta para uma viagem.
Um cheiro que nos faz reviver uma tarde esquecida.
Um drink que nos lembra uma pessoa.
Uma série que nos remete a um dia triste.

Nossas experiências não são isoladas – elas se entrelaçam com o que sentimos no momento em que aconteceram. E, por isso, lembranças não são só sobre o que aconteceu, mas sobre como estávamos quando aconteceu.


A Escassez das Primeiras Vezes

O curioso sobre primeiras experiências é que, conforme envelhecemos, elas se tornam cada vez mais raras. Aos 44 anos, já passei da metade da minha vida – não estou no fim, mas definitivamente estou do meio para frente.

Quando somos jovens, tudo parece novidade. Cada comida nova, cada cidade visitada, cada pessoa que conhecemos nos deixa uma marca inédita. Mas, à medida que o tempo avança, quase tudo vem carregado de um sabor familiar – de um lugar, de um momento, de alguém.

E é aí que entram as segundas impressões.


O Impacto do Momento nas Nossas Percepções

Já parou para pensar quantas coisas julgamos não pelo que realmente são, mas pelo contexto em que as vivemos pela primeira vez?

  • Uma cidade pode parecer cinza e sem vida porque, no dia da sua visita, chovia torrencialmente.
  • Uma comida pode parecer ruim porque você a experimentou em um momento emocionalmente pesado.
  • Um jogo pode parecer entediante porque você tentou jogá-lo quando estava sobrecarregado de trabalho.
  • Um amor pode ter dado errado não por falta de sentimento, mas porque simplesmente aconteceu no momento errado.

A vida é cheia de situações em que a primeira impressão não faz justiça ao que realmente poderia ter sido.


Revivendo Experiências: O Filtro do Tempo

Ao longo dos anos, experimentei viver tanto primeiras quanto segundas impressões.

Algumas foram extremamente gratificantes – como revisitar um filme que amei na juventude, rejogar um jogo, reler um livro, revisitar uma cidade com novos olhos. Em muitos casos, a segunda impressão foi ainda melhor do que a primeira, porque o tempo me deu novas perspectivas, me permitiu absorver detalhes que antes passaram despercebidos.

Mas há o outro lado da moeda:
E quando uma segunda chance só serve para confirmar um erro?

E quando você decide tentar algo de novo, e percebe que algumas coisas não mudam?


A Dor de um Fracasso Repetido

Talvez eu esteja sentindo isso agora porque acabei de sair de uma relação que foi um retorno. Uma tentativa de reviver algo que já tinha dado errado antes, mas que, por algum motivo, achei que pudesse ser diferente dessa vez.

O problema é que as segundas impressões não garantem um novo desfecho.

E quando você investe sua energia acreditando que algo pode ser melhor, que pode funcionar, que pode ter um sentido que antes não teve... e ainda assim não dá certo, a frustração é ainda maior.

Porque não é só um erro – é a confirmação dele.

E essa é a parte mais difícil de lidar.


O Que Aprendemos com as Segundas Chances?

Não há uma conclusão definitiva para essa reflexão. Algumas coisas, quando revisitadas, nos surpreendem – nos mostram que podemos enxergá-las com mais maturidade e apreciá-las de um jeito novo.

Outras, por mais que tentemos, simplesmente não mudam.

O tempo pode dar novas perspectivas, mas não pode refazer histórias que já estavam fadadas a se repetir.

E talvez, no fim das contas, a verdadeira lição esteja em aceitar que nem tudo merece uma segunda impressão.

 "Nem todas as segundas chances corrigem erros. Algumas apenas confirmam que certos caminhos nunca deveriam ser trilhados duas vezes." – Desconhecido

quarta-feira, 19 de março de 2025

Os Planos que a Vida Desfez

 "Algumas coisas quebram de um jeito que não fazem barulho, mas ecoam para sempre." – Desconhecido

É engraçado pensar nos planos que fazemos. Já tive tantas certezas sobre a vida – sobre quem eu seria, com quem estaria, como tudo aconteceria. Algumas coisas ficavam em aberto: em qual cidade? Que tipo de casa? Que profissão? Mas, ao longo dos anos, sempre existiram certezas temporárias.

20 anos, eu tinha certeza de que queria estar casado.
15 anos, eu estava casado e tinha certeza de que nunca mais mudaria de cidade. Acreditava ter encontrado alguém para a vida toda.
10 anos, essa certeza começou a ruir. A cidade que antes me encantava já não parecia o lugar certo. E meu casamento… já não parecia algo para sempre.
5 anos, eu estava sozinho. Machucado, fragilizado, recomeçando.

Foi então que conheci alguém.

Alguém que me pareceu incrível em todos os aspectos. Pela primeira vez em muito tempo, eu via um futuro diferente, promissor, bonito. Investi tempo, emoções, esperanças. Construí objetivos em comum, planejei um amanhã ao lado dessa pessoa.

Mas a vida não está aí para os nossos planos.

E, por razões que nem sempre podemos evitar, tive que desistir desse futuro.


O Que Dói Não é a Perda, é o Futuro que se Dissolve

Eu já perdi muitas pessoas ao longo da vida. Sei como é ver alguém ir embora. Já senti isso diversas vezes. Mas essa dor… essa dor é diferente.

Não é a ausência que pesa mais.
O que machuca é perder um futuro que parecia tão certo, tão possível, tão feliz.

É como segurar algo precioso entre as mãos e, de repente, vê-lo escorrer pelos dedos sem poder fazer nada. Não é apenas perder alguém – é perder todas as histórias que nunca vão acontecer.

E o agora fica estranho. Com gosto de fim de festa.

Um vazio no peito.
A sensação de que alguém apagou as luzes.

E eu me pergunto: o que vem depois disso?

 "Não são as despedidas que doem, mas as histórias que nunca chegamos a viver." – Desconhecido

terça-feira, 18 de março de 2025

Xenoblade: O Velho Amigo que Sempre Retorna

  "Algumas histórias não são apenas contadas, elas nos encontram no momento certo e nos acompanham para sempre." – Desconhecido

 

O ano era 2011. Desde o começo daquele ano, eu esperava ansiosamente pelo lançamento de um novo jogo da franquia The Legend of Zelda, minha favorita da Nintendo desde os tempos do Nintendinho 8-bits. Mas o lançamento ainda estava um pouco distante, e foi nesse intervalo que, sem muitas pretensões, acabei conhecendo um outro jogo: Xenoblade Chronicles.

Entrei nele sem expectativas. E fui surpreendido logo na primeira cutscene: dois deuses colossais travavam uma batalha épica, golpeando-se fatalmente ao mesmo tempo. Seus corpos se tornavam, então, o próprio mundo do jogo.

A ideia era tão absurda, tão ambiciosa, que imediatamente me fascinou. Esse era exatamente o tipo de loucura que me atrai em um jogo.


Um Mundo Maior do que o Console que o Abrigava

Quanto mais eu jogava, mais impressionado ficava. O mundo era gigantesco, cheio de detalhes, personagens e histórias paralelas. O Nintendo Wii parecia pequeno demais para ele – era quase inacreditável que um jogo tão vasto rodasse naquele console.

Claro, isso tinha um preço. Gráficos serrilhados, texturas lavadas, baixa resolução. Mas nada disso diminuía meu encanto.

A história era rica, os personagens cativantes, e até as side quests – que em muitos jogos parecem apenas preenchimento – tinham profundidade. Xenoblade Chronicles me prendeu como poucos jogos haviam conseguido desde os grandes JRPGs do Super Nintendo.

Passei incontáveis horas mergulhado naquele universo.

E então, a vida mudou.


Quando um Jogo se Torna um Refúgio

Anos depois, precisei me mudar. Na bagagem, o único videogame que levei foi o Nintendo Wii U – muito mais pela praticidade do que por escolha. Jogar diretamente na tela do GamePad era um diferencial importante naquela fase da minha vida, em que eu não podia contar com uma televisão.

Assim que pude, comprei Xenoblade de novo, sem pensar duas vezes. Era o mesmo jogo, mas jogado em outro momento da minha vida, em uma nova configuração, com desafios diferentes. E, mais uma vez, ele estava lá.

Xenoblade não era apenas um jogo, mas uma espécie de porto seguro.

 "Os livros e os jogos que amamos nunca mudam, mas nós mudamos, e ao revisitá-los, descobrimos novas formas de enxergá-los." – Desconhecido


2025: Um Ano Difícil, um Retorno Necessário

Agora, em 2025, Xenoblade Chronicles retorna à minha vida pela terceira vez. Desta vez, no Nintendo Switch, com gráficos refeitos, texturas belíssimas e um carinho impressionante da equipe da Monolith Soft.

Para completar, a comunidade traduziu o jogo para português, utilizando inteligência artificial. Apesar de um ou outro erro gramatical, a imersão é total – e isso torna a experiência ainda mais especial.

E aqui estou eu novamente. Em um ano difícil, em um momento conturbado, redescobrindo esse universo que já me acolheu tantas vezes. Xenoblade Chronicles é como aquele amigo que aparece quando você mais precisa. Ele conta histórias que eu já conheço, mas de um jeito novo – ou talvez eu mesmo tenha mudado tanto que agora as interpreto de outra forma.

Jogá-lo novamente é reencontrar um pedaço de casa, um espaço de conforto e quietude no meio do caos.

E, mais uma vez, é bom saber que posso contar com esse velho amigo.

 "Havia uma parte de mim que só existia dentro daquele mundo. E sempre que eu voltava, ela estava lá, esperando por mim." – Desconhecido

sábado, 15 de março de 2025

O Peso do Fim e a Fragilidade do Agora

 "Não é o amor que machuca, é a ilusão de que ele nunca acabaria." – Rupi Kaur
 
 Às vezes, a vida parece estranha, quase assustadora. Ontem à noite, conversei com uma amiga muito querida, alguém que conheço há anos. Ela está passando por uma separação e, no meio da conversa, desabafou sobre como algumas pessoas simplesmente seguem em frente, trocam de companheiro ou companheira como quem troca de roupa – como se os anos vividos juntos não tivessem significado algum.

É triste pensar nisso. Você constrói uma vida ao lado de alguém, faz planos, compartilha momentos... E, de repente, um dia acorda e percebe que nada mais funciona. As pessoas mudam. Você dorme ao lado de alguém em quem confiaria sua vida e, sem aviso, acorda ao lado de um desconhecido.

Ela está machucada, e o mais impressionante é como isso afeta a autoestima. Ver uma mulher lindíssima, inteligente, forte, duvidar de si mesma, questionar sua beleza, suas qualidades, o seu valor... foi devastador até para mim. Eu já estive nesse mesmo lugar há alguns anos, sei exatamente como é sentir-se descartável, como se toda uma história tivesse sido simplesmente apagada. Mas se há algo que aprendi, é que um dia a gente acorda, se olha no espelho e percebe que continua ali. Que continua sendo único, inteiro, valioso – apesar de tudo.

Quantas Pessoas Carregam Essa Dor?

Se tirarmos essa perspectiva pessoal e ampliarmos o olhar, fica impossível não pensar em quantas pessoas estão vivendo esse mesmo sentimento agora. Quando caminhamos pela rua, quando sentamos em um restaurante, quando fazemos compras em um shopping... Quantas das pessoas que cruzamos o caminho todos os dias estão carregando uma dor invisível, se sentindo esgotadas por dentro enquanto sorriem para o mundo?

Isso me faz refletir sobre quantas vezes nos afastamos de alguém achando que a pessoa não quer mais nossa companhia, quando, na verdade, ela está apenas travando uma luta interna que não conseguimos enxergar.

Talvez seja esse o mundo em que vivemos agora: um mundo onde as pessoas são usadas e descartadas como panfletos. E, sinceramente, eu não sei se algum dia vou conseguir me acostumar com isso. Talvez, no fim das contas, seja por isso que, cada vez mais, eu mesmo prefira o isolamento.

"Todos que encontramos estão lutando uma batalha da qual nada sabemos. Seja gentil. Sempre." – Platão

quinta-feira, 13 de março de 2025

Como a Emulação Mudou Minha Percepção dos Jogos

 
"A nostalgia é uma ponte entre o passado e o presente, mas nunca um obstáculo para o futuro." – Desconhecido

Desde que tive contato pela primeira vez com a emulação, há muito tempo, nunca foi algo que me agradou completamente. Mas minha resistência nunca esteve relacionada à questão da pirataria – esse não é o ponto da discussão. O que realmente me incomodava era a sensação de que os jogos não eram exatamente os mesmos que eu lembrava.

Os glitches visuais, os sons ligeiramente diferentes, pequenas distorções de cores ou sprites... Tudo isso fazia com que a experiência se tornasse estranha, principalmente com os jogos que marcaram minha infância. O que deveria ser uma viagem nostálgica acabava me afastando. A diferença, por menor que fosse, tornava difícil para mim apreciar os jogos da mesma forma que nos consoles originais.

Com o tempo, claro, fui reconhecendo a importância da emulação. Seja na preservação histórica de jogos, permitindo que títulos de empresas extintas não desapareçam, seja na acessibilidade a jogos nunca lançados oficialmente em certos países. Mas um dos aspectos que mais me fez reconsiderar minha visão sobre emuladores foi outro: as traduções de jogos.


O Impacto das Traduções nos Jogos

Se olharmos para gerações mais antigas, encontrar jogos traduzidos para português era uma raridade. A Tectoy, por exemplo, localizou Phantasy Star para o português, mas além disso, poucas empresas se preocuparam em trazer títulos em nosso idioma. Para quem não dominava o inglês, a experiência ficava limitada.

Foi aí que surgiram as comunidades de tradução amadora, que começaram a adaptar jogos para o português, tornando-os muito mais acessíveis. Isso é especialmente importante para títulos com muito texto, como RPGs e jogos de aventura. E é aqui que a emulação se tornou um grande facilitador: a possibilidade de aplicar traduções de forma simples e rápida mudou completamente minha perspectiva.

Quando tive meu primeiro contato com emuladores, lá na época dos 16-bits, aplicar uma tradução era algo extremamente trabalhoso. Você precisava pegar o arquivo do jogo, combinar com um patch IPS, quase recompilar o jogo para funcionar corretamente. Para alguém sem conhecimento técnico, era um processo complexo e frustrante.

Hoje, no entanto, tudo é muito mais simples. Com poucos cliques, um jogo pode ser traduzido automaticamente, às vezes até com dublagem via IA. Para quem gosta de histórias ricas e diálogos bem construídos, jogar na língua nativa faz toda a diferença. Mesmo que algumas traduções feitas por IA não sejam perfeitas, a possibilidade de entender rapidamente a narrativa sem precisar traduzir mentalmente cada frase torna a experiência muito mais imersiva e confortável.


O Conflito entre Consoles e PC

Durante anos, preferi jogar em consoles. O PC sempre me pareceu mais complicado, menos prático. Enquanto no console você simplesmente liga e joga, no PC muitas vezes há barreiras: abrir um launcher, esperar atualizações, lidar com conexões instáveis ou problemas de compatibilidade.

Mesmo assim, acabei retornando ao PC gaming graças a um grupo de amigos e percebi que alguns desses incômodos ainda existem. Mas, ao mesmo tempo, as vantagens da emulação e da acessibilidade a traduções começaram a pesar mais do que as desvantagens.

Os problemas técnicos da emulação ainda estão lá – quedas de FPS, glitches ocasionais, artefatos visuais –, mas poder jogar certos títulos em português compensa essas falhas. A imersão proporcionada pela acessibilidade ao idioma tornou-se algo que eu valorizo muito mais hoje do que há 20 anos.


Conclusão: A Mudança de Perspectiva

Se há duas décadas alguém me dissesse que eu defenderia a experiência da emulação, eu provavelmente riria. Para mim, jogar em emulador era algo inferior ao console, uma versão comprometida da experiência real.

Hoje, no entanto, percebo que o conforto e a acessibilidade que a emulação oferece – especialmente em jogos com muito texto – fazem toda a diferença. A possibilidade de traduzir rapidamente um jogo, ou até mesmo contar com dublagens geradas por IA, tornaram essa alternativa não apenas viável, mas em alguns casos, superior à versão original.

O tempo nos muda. E, com ele, muda também a forma como enxergamos aquilo que antes rejeitávamos.