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segunda-feira, 24 de março de 2025

O Peso do Depois: Por Que Algumas Pessoas Só Valorizam Quando Perdem?

"Algumas pessoas só percebem o valor da sua presença quando já se tornaram prisioneiras da sua ausência." – Desconhecido

Novamente, me encontro perdido em pensamentos. Não sei exatamente aonde quero chegar com esse post, mas há uma questão que me incomoda há muito tempo: por que algumas pessoas só dão valor quando já perderam?

Isso acontece em tantas áreas da vida… com amizades, relacionamentos, empregos, oportunidades. Parece que, enquanto algo está presente, muita gente age como se fosse invisível, como se aquilo sempre estivesse garantido, como se o esforço para manter fosse um detalhe irrelevante.

E então, um dia, aquilo desaparece.

E de repente, surge a pressa, o arrependimento, o desespero. O que antes era ignorado, agora é lembrado com urgência.

Mas o que me dói de verdade – o que me trouxe para esse turbilhão de reflexões – não é sobre bens materiais, nem mesmo sobre amizades distantes. É sobre um relacionamento que, por muito tempo, só existiu no espaço vazio da ausência.


Palavras que não sustentam ações

Talvez eu tenha sido ingênuo. Talvez tenha acreditado demais nas palavras que tentavam preencher os vazios das ações.

Havia sinais. Vários, incontáveis, repetitivos sinais.
E, mesmo assim, eu continuei.

Porque, no fundo, eu sempre imaginei que tudo pudesse ser consertado, que se eu tentasse o suficiente, haveria um espaço real para mim ao lado daquela pessoa. Mas sempre havia algo mais urgente.

Sempre havia uma crise.
Sempre havia um problema maior.
Sempre havia um "depois".

E o depois… ficava para depois.


O Afastamento que Acontece em Silêncio

O mais curioso é que ninguém percebe quando o afastamento começa.

No início, é só um adiamento. Só um "vamos conversar depois". Só um "desculpa, essa semana está corrida". Só um "você entende, né?".

E eu entendia. Sempre entendi.

Mas cada "depois" acumulado vai criando distância.
E, quando percebi, eu já estava muito longe.

Longe da relação.
Longe da conexão.
Longe até da vontade de tentar.

O que restou foi um relacionamento que eu mal conseguia reconhecer. E então, eu fui embora.


O Peso da Perda e o Surto da Presença

O mais irônico? É que só quando eu fui embora, eu finalmente me tornei prioridade.

De repente, houve tempo.
De repente, houve espaço para conversas.
De repente, houve a urgência que antes nunca existiu.

Mas não era amor.

Era remorso.

Porque algumas pessoas não querem perder. Mas isso não significa que realmente queiram ter.

E talvez seja isso que mais machuca. O vazio da ausência só é percebido quando já não há mais ninguém para preenchê-lo.


Por Que Só Damos Valor Quando Perdemos?

Talvez seja um erro humano. Talvez seja o medo da perda falando mais alto do que o desejo genuíno de manter.

Mas há um padrão. O remorso grita mais alto do que o amor.

Muitas pessoas só se tornam presentes quando já não há mais ninguém esperando por elas.
Muitas pessoas só tentam consertar o que quebrou quando os pedaços já se dispersaram.
Muitas pessoas só valorizam quando é tarde demais.

E essa é uma das verdades mais difíceis de aceitar.

Porque o tempo que não foi investido antes, não pode ser recuperado depois.

"O arrependimento sempre chega tarde, porque nunca foi prioridade enquanto ainda havia tempo." – Desconhecido


 

Um comentário:

  1. Esse texto, mostra sua profundidade. Me fazendo refletir sobre momentos da minha vida, mostrando como “todos” podemos cometer erros com quem está ao nosso lado. Pois “todos” só enxergamos quando a pessoa está já com o pé na porta.
    A parte que é mais interessante e que mais mexe é “PALAVRAS QUE NÃO SUSTETAM AÇÕES”, muitas das vezes é juras e promessas de amor, porém comentemos esse erro também com coisas simples, como, prometer que vai jogar o lixo fora, pegar a roupa na máquina, passar o aspirador na casa e etc..
    Na maior parte dos casos o termino não vem de grandes traições, não é que falte amor, mas são coisas pequenas como “Palavras que não sustem ações”.
    No fim das contas, acho que devemos aprender a valorizar o presente, sabe? Dar a devida atenção, demonstrar carinho, estar presente de verdade, cumprir nossas promessas. Porque o “depois” pode não chegar, e ai vem o arrependimento do “SE”, como você disse, sempre chega tarde demais.

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