Gamertag

sexta-feira, 21 de março de 2025

Os Caminhos que Repetimos: Reflexões em Xenoblade e na Vida

a screenshot of a video game shows a giant robot flying through the air

"Os mesmos caminhos levam aos mesmos destinos. Se quer algo novo, mude a rota." – Desconhecido

Voltar a jogar Xenoblade Chronicles: Definitive Edition tem sido uma experiência curiosa, quase como revisitar um velho diário. É engraçado como algumas sensações ficam gravadas no nosso inconsciente, apenas esperando a oportunidade de emergir novamente.

Agora, estou um pouco mais longe do início da jornada, chegando à segunda cidade, com dois personagens na equipe – que, futuramente, se tornará bem maior. E algo muito peculiar está acontecendo: as dificuldades que estou enfrentando são quase idênticas às que tive na minha primeira vez jogando.

Não falo de desafios intransponíveis. Como todo bom RPG de mundo aberto, Xenoblade tem inimigos de níveis variados espalhados pelo mapa, algumas áreas mais perigosas do que outras. Chegar em locais antes do momento certo e ser massacrado por inimigos de nível muito superior é quase uma regra do gênero.

Mas, nesse meu segundo contato com o jogo, o que me intriga não é o desafio em si – e sim a forma como estou repetindo exatamente os mesmos erros da primeira vez.


Erro ou Padrão?

Isso me fez questionar:
Será que isso acontece com todo mundo?

Talvez o jogo tenha sido desenhado propositalmente para te levar ao erro. Um design inteligente que prende o jogador em uma parte do mapa, forçando-o a explorar, se fortalecer, aprender antes de seguir em frente.

Ou talvez seja algo exclusivamente meu.

Será que, mesmo tantos anos depois – de 2011 para 2025meu inconsciente ainda me leva pelas mesmas rotas, me fazendo cometer os mesmos erros, baseado nos mesmos impulsos?

E se isso acontece no jogo… será que não acontece também na vida?


Os Caminhos Que Insistimos em Percorrer

Quantas vezes corremos direto para um desafio para o qual não estamos preparados?
Quantas vezes entramos em situações para as quais deveríamos ter nos fortalecido antes?
Quantas vezes voltamos a um erro antigo, acreditando que dessa vez será diferente?

Nos jogos, a lógica é clara: se um inimigo é forte demais, o caminho óbvio é recuar, se preparar melhor e voltar mais tarde. Mas na vida real, quantas vezes ignoramos essa estratégia?

Nos forçamos a seguir em frente mesmo quando não estamos prontos.
Nos jogamos de cabeça sem experiência, sem recursos, sem aprendizado suficiente.
E, inevitavelmente, pagamos o preço.

Será que, assim como em Xenoblade, estamos insistindo nas mesmas falhas, sem perceber?


A Filosofia das Segundas Impressões

Dessa vez, ao invés de me frustrar com meus erros no jogo, estou olhando para eles de forma mais filosófica. Não sinto a mesma raiva de antes ao morrer repetidas vezes para um inimigo muito forte.

Talvez porque a versão de mim que está jogando agora é diferente daquela que jogou em 2011.

Hoje, aceito os erros com mais tranquilidade. Compreendo que nem todo caminho deve ser seguido imediatamente. Que voltar pode ser mais inteligente do que avançar despreparado. Que desistir momentaneamente de uma batalha não significa derrota – mas sim estratégia.

E na vida?

Talvez, ao invés de insistir em caminhos que já se mostraram problemáticos no passado, devêssemos aprender com nossas segundas impressões.

Às vezes, o tempo nos ensina que o erro não foi o desafio em si – mas a pressa em enfrentá-lo.


Nem Todo Percurso Precisa Ser Feito Agora

Essa experiência em Xenoblade me fez perceber algo valioso: existem momentos em que recuar é necessário.

Nem toda oportunidade deve ser agarrada no instante em que aparece.
Nem toda batalha deve ser travada no primeiro embate.
Nem todo caminho precisa ser percorrido na primeira chance.

Às vezes, esperar é a melhor jogada que podemos fazer.

 "Nem sempre avançar significa progresso. Às vezes, é preciso recuar para se fortalecer antes de seguir adiante." – Desconhecido

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